segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Portugueses estão a pagar mais pela luz, e nem sabem porquê. Mas a resposta é simples

 

Apesar de todas as campanhas para “poupar na conta da luz”, os portugueses continuam a escolher mal. De acordo com a mais recente análise de mercado de energia do ComparaJá, 96,09 % dos consumidores que mudaram de fornecedor em Setembro optaram por tarifas simples, aquelas em que o preço do kWh é igual durante todo o dia.

À primeira vista, parece a opção mais fácil. Mas os especialistas alertam: quem tem hábitos de consumo concentrados à noite, como carregar o carro eléctrico, usar máquinas de lavar fora do horário de pico ou programar aquecimentos, podia poupar dezenas de euros por mês com tarifas bi-horárias. Mesmo assim, apenas 3,91 % dos novos contratos escolhem essa opção.

«É um reflexo claro da falta de literacia energética, muitos consumidores têm medo de complicar, quando na realidade bastava conhecer o seu perfil de consumo para poupar substancialmente», explica José Trovão, head de Energia no ComparaJá.

O relatório mostra ainda que a discrepância entre a tarifa mais barata e a mais cara pode ultrapassar 800 euros por ano, dependendo da potência contratada e do tipo de tarifa. A diferença é gritante, sobretudo quando somada ao aumento generalizado dos custos energéticos.

Outro dado que chama a atenção: os contratos de apenas electricidade dominaram as trocas (quase 70 %), relegando o gás natural para um papel secundário. Lisboa e Porto continuam a liderar as mudanças, representando quase metade de todas as adesões.

Especialistas defendem que a resistência a opções mais complexas, como as tarifas bi-horárias ou tri-horárias, mostra uma falta de confiança no mercado liberalizado e no próprio sistema de facturação. Ainda assim, há sinais de que isso pode mudar: com a chegada do inverno e o aumento do consumo energético, mais famílias podem ser forçadas a olhar de perto para as suas facturas e repensar o tipo de tarifa que escolheram.

Os portugueses continuam a pagar mais pela luz do que deviam, não por falta de opções, mas por falta de informação.

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