De acordo dados do Observatório Cáritas, citados pelo ‘Jornal de Notícias’, entre 2019 e 2023, saíram da condição de “pobreza mais extrema” apenas 64 mil pessoas, quando entre 2015 e 2019 tinham sido mais de meio milhão. “Foi um progresso assinalável”, apontou Nuno Alves, “que não teve continuidade nos últimos quatro anos”. De acordo com o economista, os dados “não são uma inevitabilidade e exigem outro tipo de políticas”.
O mercado de trabalho ajuda a explicar a evolução dos números: entre 2015 e 2019, “houve uma diminuição de 470 mil pessoas em subutilização de trabalho, o que compara com uma diminuição de apenas 44 mil entre 2019 e 2023”.
Os apoios sociais não ajudam a ‘mascarar’ a situação: as transferências sociais do Estado contribuíram com um corte de entre 4 e 5 pontos percentuais na taxa de pobreza, uma meta bem abaixo dos cerca de 9 pontos na zona Euro – se a análise incidir no caso das crianças, a contribuição “é mesmo das mais baixas no quadro da União Europeia”.
São, por isso, pedidas “políticas mais exigentes e mais direcionadas aos segmentos mais vulneráveis da população”, um tema que, lamentaram os responsáveis da Cáritas, não tem estado na ordem do dia na campanha eleitoral.
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