quinta-feira, 3 de novembro de 2022

“Manter a inflação elevada teria um custo recessivo ainda maior”, alerta Centeno


"Há um avolumar de algumas pressões, localizadas, do lado da procura. Isto, com a manutenção das pressões do lado da oferta, conflui numa pressão inflacionista que não está a abater", diz Centeno.

Em contracorrente com as declarações do primeiro-ministro e do Presidente da República na semana passada, o governador do Banco de Portugal (BdP) saiu em defesa do Banco Central Europeu (BCE) e argumenta que manter taxas de inflação elevadas “teria um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca”.

Em entrevista ao Público (acesso condicionado), Mário Centeno pede às empresas e aos países do euro que ajudem no combate à inflação, que “não é um exclusivo dos bancos centrais”. O governador faz mesmo um apelo em concreto às empresas: “Temos visto uma subida de preços na generalidade dos bens e serviços do índice de preços no consumidor e, em muitos casos, para além daquilo que se poderia esperar face ao que são as pressões inflacionistas vindas da oferta. O que isto quer dizer é que, tal como apelamos a uma contenção do nível salarial, também gostaria de o fazer ao nível empresarial, para que se refletisse nos preços um grau de conservadorismo que permitisse de facto a inversão deste ciclo de inflação“. Ler mais

 

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