"Há um avolumar
de algumas pressões, localizadas, do lado da procura. Isto, com a
manutenção das pressões do lado da oferta, conflui numa pressão
inflacionista que não está a abater", diz Centeno.
Em contracorrente com as declarações do primeiro-ministro e do Presidente da República na semana passada, o governador do Banco de Portugal (BdP) saiu em defesa do Banco Central Europeu (BCE) e argumenta que manter taxas de inflação elevadas “teria um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca”.
Em entrevista ao Público (acesso condicionado), Mário Centeno pede às empresas e aos países do euro que ajudem no combate à inflação,
que “não é um exclusivo dos bancos centrais”. O governador faz mesmo um
apelo em concreto às empresas: “Temos visto uma subida de preços na
generalidade dos bens e serviços do índice de preços no consumidor e, em
muitos casos, para além daquilo que se poderia esperar face ao que são
as pressões inflacionistas vindas da oferta. O que isto quer dizer é
que, tal como apelamos a uma contenção do nível salarial, também
gostaria de o fazer ao nível empresarial, para que se refletisse nos
preços um grau de conservadorismo que permitisse de facto a inversão
deste ciclo de inflação“. Ler mais
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