quinta-feira, 28 de julho de 2022

REDUFLAÇÃO [não levem a mal…]: e os ecos em certa COMUNICAÇÃO [SOCIAL…]

Ontem, uma das televisões [a TVI, ao que parece] mostrou-nos uma peça em que se falava da REDUFLAÇÃO.

 Mas há patente desinformação no que se disse e ouviu.

Se, numa lata de atum, se mantém a aparência e o peso e diminui o produto de que se trata, aumentando o líquido para compensar a perda real de produto, estaremos, segundo o nosso juízo,  perante uma prática em fraude à lei, se não mesmo perante um crime económico previsto e punido pelo artigo 23 da Lei Penal do Consumo, que reza assim:

 “1 - Quem, com intenção de enganar outrem nas relações negociais, fabricar, transformar, introduzir em livre prática, importar, exportar, reexportar, colocar sob um regime suspensivo, tiver em depósito ou em exposição para venda, vender ou puser em circulação por qualquer outro modo mercadorias:

 a) Contrafeitas ou mercadorias pirata, falsificadas ou depreciadas, fazendo-as passar por autênticas, não alteradas ou intactas;

 b) De natureza diferente ou de qualidade e quantidade inferiores às que afirmar possuírem ou aparentarem,

 será punido com prisão até 1 ano e multa até 100 dias, salvo se o facto estiver previsto em tipo legal de crime que comine pena mais grave.

 2 - Havendo negligência, a pena será de prisão até 6 meses ou multa até 50 dias.

 3 - O tribunal poderá ordenar a perda das mercadorias.

 4 - A sentença será publicada.”

 Com efeito, o termo comparativo é o do produto do antecedente posto em circulação no mercado.

 Há patente fraude quando se diminui o produto comestível e se acrescenta o líquido para compensar o peso subtraído…

 Parece curial, de resto.

 E não foi o que se disse, fazendo-se passar a ideia de que nada há de ilegal em tal processo.

 O que é um péssimo serviço prestado aos consumidores e uma óptima colaboração às empresas que usam a fraude como expediente em detrimento de todos e cada um!

  

Eis um dos textos que oportunamente fizemos publicar e ora de novo se transcreve:

 

 Reduflação: sabe o que significa o “palavrão”?

 

Só agora a comunicação social, que ignorou as nossas tomadas de posição no último semestre de 2021, “descobriu” a reduflação e se espraiou em considerações sobre o tão decantado fenómeno da redução do produto e  da manutenção do preço

Com efeito, como sempre, numa porta está o “ramo” e na outra se vende o “vinho”… Velho aforismo popular que serve à maravilha!

O que quer significar que há quem se aproveite das ideias dos outros para “vender o seu produto” e disso tirar vantagens em detrimento do “concorrente”!

Eis, entre outros, o artigo que a 28 de Outubro de 2021, um dia antes de deixarmos a presidência da apDC, démos à estampa num dos diários de Coimbra e bem assim os comunicados, sem qualquer repercussão, que difundíramos com exemplos e remetemos, aliás, sem saber, entretanto, das consequências, à Autoridade de Segurança Alimentar e do Mercado…

Eis o texto:

“Reduflação é o processo mediante o qual os produtos diminuem de tamanho ou quantidade, enquanto o preço se mantém inalterado ou regista um acréscimo.

Tal efeito é uma consequência do aumento do nível geral dos preços dos bens, manifestado por unidade de peso ou volume, causado por inúmeros factores, principalmente a perda do poder aquisitivo da moeda e a queda do poder de compra dos consumidores e/ou do aumento do custo das matérias primas, cuja resposta da oferta é a redução do peso ou tamanho dos bens transaccionados.

A expressão resulta de uma tradução literal do termo ‘shrinkflation’, um neologismo inglês, cunhado por Pippa Malmgren e Brian Domitrovic, na obra editada em 2009 “Econoclasts: The Rebels Who Sparked the Supply-Side Revolution and Restored American Prosperity” (lit. Econoclastas = Os Rebeldes que despoletaram a revolução da Oferta e Restauraram a Prosperidade Americana), que resulta da aglutinação de «shrink» ‘reduzir, encolher’ e «(in)flaction» ‘(in)flação’.”

Sardi-Antasan alertava, há dias, num periódico europeu de grande circulação, que nos tempos que correm a reduflação (“shrinkflation”) parece haver assentado arraiais com ‘armas e bagagens’.

O fenómeno tem tido uma enorme repercussão na Grã-Bretanha em consequência do Brexit, ao que afiançam outras fontes.

“Reduzir quantidades sem diminuir preços na grande distribuição”: eis a receita miraculosa dos capitães da indústria agro-alimentar – repercutir (de modo discreto) o aumento dos custos das matérias-primas no preço dos produtos.

Tal inflação, dissimulada, revela-se algo complexa à luz do dia:

“É muito difícil surpreender os produtores no acto porque há que lograr encontrar o produto (o mesmo produto), no mesmo espaço físico, em espaços temporais distintos: antes da operação de “maquilhagem” e após a operação de redução da quantidade ou do volume.

“Nos últimos dois anos, identificámos com sucesso dois casos do estilo, explica Camille Dorioz, directora da campanha da Foodwatch.

“As nossas armas? O nome e a exprobação [o vexame] nas redes sociais.

Produtores e distribuidores vêm, porém, ‘sacudindo a água do capote’.

A indústria apresenta-se demasiado opaca. Portanto, de escassos dados de suporte se dispõe”. Em particular porque a reduflação (“shrinkflation”) não é ilegal, desde que haja de todo compatibilidade entre a composição do produto e a rotulagem.”

[Não é ilegal, nestes termos; se tal se não observar, é-o de todo ilegal!]

Registe-se que o álcool é o único produto cuja concentração por unidade é estritamente regulamentada. Para evitar decepções, é preferível ‘monitorar’ os preços por unidade de medida, parâmetro que muitos dos consumidores já vêm adoptando, para além de se tornar imperioso despertar para eventuais mudanças susceptíveis de ocorrer nas embalagens.

(Há dias, no Mercado da Figueira da Foz, um dos comerciantes ali estabelecido fazia passar por 1 Kg. 800 gramas de nozes pré-embaladas… com uma “destreza” incalculável e com um enorme despudor, ignorando que havia ali, no espaço da sua banca, duas ou três balanças de que os consumidores se poderiam socorrer para a confirmação do peso…)!

Camille Dorioz chega a citar “uma das práticas mais tortuosas do marketing que consiste, aliás, em esperar que um produto fique bem “preso” ao carrinho de compras do consumidor para se degradar a qualidade e / ou jogar com a quantidade, paulatinamente. Um tal processo, fundado na habituação e na “confiança no produto”, pode levar de 3 a 5 anos a maturar. Os consumidores ficam naturalmente menos atentos e de todo sem reacção ao processo ‘degenerativo’ em curso!”.

“90% dos produtos consumidos na Europa são importados. E quando não se ignora que trazer um contentor de 40 ’ da Ásia custa quatro vezes mais do que há 18 meses, cerca de US $ 15.000 ( 12 882€), a factura a pagar é elevada. Daí que atribuir a ‘encolha’ (a redução) a uma resposta de curto ou a uma estratégia de longo prazo dos industriais, seja algo difícil de dizer ”, comenta Arthur Barillas, CEO da Oversea.

O debate está, portanto, longe da sua conclusão.

Como assevera Sardi-Antasan, as associações de interesse económico do agro-alimentar não se pronunciam. Nanja as marcas. Nem sequer as empresas de pesquisa especializadas, que para tanto não dispõem de dados: o que revela o quão difícil é o fenómeno, longe de um consenso do ponto de vista científico. Aos consumidores uma recomendação: “gato escaldado de água fria tem medo”!

Nada nos diz que no que tange ao papel higiénico ou aos rolos de cozinha tal não esteja já a ocorrer…

No Reddit há denúncias da redução no tamanho dos ‘cookies’ Pringles ou da embalagem do gel de banho da Dove…”

Pois este alerta “ficou no tinteiro”, caiu em saco roto e só agora a comunicação social desperta para o fenómeno…

Mas um conselho: não percam tempo”! Se detectarem casos destes, vão directamente à ASAE… É que a Deco não é nenhuma inspecção dos mercados nem autoridade dotada de fé pública. E está ligada a uma central de interesses belgas  que, para além do mais, explora a ingenuidade dos consumidores portugueses e lhes trata da saúde, vende-lhe colchões macios com nome de avestruz, adormece-os com os vinhos das suas prateleiras e ainda lhes concede cartões de crédito, sabe-se lá se mediante contratos pejados de cláusulas abusivas! Ah! E também lhes impinge seguros de saúde! Como vê, sempre a tratar-lhes da saúde! Não tarda, estará também ligada a uma das fileiras dos produtos milagrosos tipo - “Cogumelo da Chuva” (que os há já do Sol e do Tempo, no Brasil e em Portugal)!

E já tomou conta dos condomínios: os condóminos já ali têm ficha, sob controlo belga…

Uma advertência para os mais distraídos: ainda não vende vinho a copo… Mas não tardará decerto, dada a saída para esquecer das amarguras do quotidiano!

Mário Frota

Presidente emérito  da apDC - Direito do Consumo - Coimbra

Maioria das rendas vai aumentar 10 a 32,5 euros em janeiro

 


A inflação vai fazer disparar o valor das rendas. Para 567 mil contratos de arrendamento, o aumento em janeiro será entre 10 a 32,50 euros. 2,2% dos portugueses pagarão mais de 50 euros. 

Depois de terem estado congeladas em 2021 e de terem aumentado apenas 0,43% este ano, o valor das rendas vai disparar em janeiro por causa da inflação.

A regra, prevista no Código Civil, determina que as rendas aumentam em janeiro de cada ano em função da inflação anual média, sem habitação, verificada em agosto do ano anterior. Os dados da estimativa rápida do INE indicam que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, registada em junho foi de 4,13%. Mesmo que se mantenha o valor da inflação mensal em julho e agosto, a média anual deste indicador será de 5% ou mais em agosto.

Isto quer dizer que a maior parte dos portugueses vai ter de enfrentar aumentos mensais de 10 a 32,50 euros no valor das rendas em janeiro do próximo ano. Ler mais

 

“Nenhum proprietário vai fazer um aumento de renda que o inquilino não vá poder pagar”

 

Associações de proprietários afirmam que há "bom senso" e que a maioria dos senhorios não vai aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização. 

As rendas podem ser atualizadas anualmente com base na inflação que, estando em máximos de 30 anos, poderá ditar aumentos de até 5% para os inquilinos no próximo ano. O Governo já está a preparar medidas de apoio, enquanto o Bloco de Esquerda defende uma atualização das rendas de acordo com a inflação de 2021. Mas as associações de proprietários afirmam que há “bom senso” e que a maioria dos senhorios não vai aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização.

A lei prevê que as rendas aumentem em janeiro de cada ano com base na inflação anual média sem habitação, verificada em agosto do ano anterior. Os dados da estimativa rápida do INE indicam que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, registada em junho foi de 4,13%. Mesmo que se mantenha o valor da inflação mensal em julho e agosto, a média anual deste indicador será de 5% ou mais em agosto. Ler mais

 

Imprensa Escrita - 28-7-2022






 

Comissão Europeia aprova comercialização de vacina contra a varíola para prevenção da monkeypox

 A vacina do laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, Imvanex, vai passar a ser comercializada em todos os estados-membros da União Europeia, bem como na Islândia, Liechtenstein, e Noruega.

A Comissão Europeia aprovou, esta segunda-feira, o uso da vacina da Bavarian Nordic - a Imvanex, usada para prevenir a varíola, com o objetivo de criar imunidade contra a Monkeypox. A decisão surge após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado a doença uma emergência sanitária global.

A empresa dinamarquesa anunciou que "a Comissão Europeia alargou a autorização de comercialização da vacina Imvanex, para incluir na proteção contra a varíola dos macacos". A Bavarian Nordic adianta que a decisão surge na sequência da recomendação dada na semana passada pela Agência Europeia de Medicamentos.

A decisão europeia é válida em todos os estados-membros, bem como na Islândia, Liechtenstein, e Noruega. Ler mais

 

Portugal deve traçar estratégia para erradicar hepatites virais até 2030

 

A Direção-Geral da Saúde divulgou o Programa Nacional para as Hepatites Virais.

Portugal deve traçar uma estratégia para eliminar as hepatites virais até 2030, cumprindo os objetivos internacionais de reduzir a incidência em 90% e a mortalidade associada em 65%, defende um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A meta consta do relatório de 2022 do Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV), um dos programas de saúde prioritários da DGS, que caracteriza a situação do país e que traça o plano de ação até 2024, identificando as prioridades e as metas a alcançar, enquadradas nos objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Portugal deve traçar orientações programáticas que visem orientar a ação para os próximos anos, com vista à eliminação das hepatites virais até 2030, enquanto ameaça de saúde pública", refere o documento, ao assinalar que as "ferramentas atualmente disponíveis permitem apontar objetivos ambiciosos". Ler mais

 

"É preciso compromisso político e orçamentário para a agricultura familiar"

 Joana Dias, da ACTUAR refre que "é fundamental que a agricultura familiar tenha um papel de destaque na medida em que tem tido um papel absolutamente central quer a nível social, económico e ambiental".

O Plano de Ação para a Década da Agricultura Familiar em Portugal, que foi desenvolvido nos últimos dois anos, será apresentado esta tarde num seminário internacional em Viseu, apontando várias medidas para promover a agricultura praticada em família.

O documento foi executado em parceria pela Confederação Nacional de Agricultura, Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e pela Escola Superior Agrária de Viseu, num processo liderado pela Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento (ACTUAR).

O plano coloca Portugal como um dos primeiros países a responder ao apelo da ONU para a comunidade internacional e os governos fortalecerem a agricultura familiar. As Nações Unidas proclamaram 2019-2028 como a década da agricultura familiar.  Ler mais

 

Preço dos ovos quase duplica em três anos, com retalhistas a “esmagarem as margens”

Com 50 focos de gripe das aves em Portugal desde o início do ano, o preço dos ovos já subiu 32%. Subida deriva de vários fatores: gripe av...