O
Estado do Rio de Janeiro tem cerca de 16
milhões de habitantes.
Portugal não andará longe dos
11 milhões.
O Rio de Janeiro foi o
primeiro dos Estados da União a ter, em singular iniciativa do Governador do
Estado, uma Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor. Consagrada só – e tão
só – à Defesa do Consumidor.
Portugal já ensaiou distintos
modelos. Mas não tem uma Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor.
Na estrutura do actual Governo
português a defesa do consumidor nem visibilidade tem.
E o antigo Secretário de
Estado do Turismo detém hoje as pastas do Comércio e dos Serviços acopladas.
Ah! Mas, ao que parece, também a Defesa do Consumidor, que nem sequer aparece
na sua denominação e que deve ocupar em obscuro vão de escada na Horta Seca,
onde se sedia ainda o Ministério da Economia e da Coesão territorial.
Não haverá coesão sem uma
política de consumidores, cada vez mais instante.
O desfavor que Montenegro e o
ministro que detém a estratégia do Governo, Abreu Amorim, ambos juristas com
provas dadas, tratam a Defesa do Consumidor é algo de confrangedor.
O Rio de Janeiro tem uma
Secretaria de Estado da Defesa do Consumidor. E o seu titular é Gutemberg da
Paula Fonseca, um cidadão carioca, natural de Chelo, Penacova.
Com uma extraordinária
dinâmica, a Secretaria de Estado que tem agregado o Departamento de Protecção
de Consumidor (o PROCON ESTADUAL) conta com um quadro de 350 dirigentes e
funcionários.
O Departamento de Protecção de
Consumidor, para além de atribuições e competências em matéria de informação e
educação do consumidor (há uma Escola de Defesa do Consumidor, recentemente
inaugurada), promove a intermediação nos conflitos e prossegue a actividade
inspectiva e fiscalizatória com um corpo de actuantes fiscais com um notável
papel na detecção e intervenção nas fraudes que tendem a enlear os consumidores
nos diferentes segmentos do mercado.
As suas instalações são
modelares e nem sequer parece que estamos no Brasil e menos ainda no Rio de
Janeiro, dada a imagem degradada que do Rio se passa para o exterior.
A intervenção no domínio das
fraudes de produtos como os detergentes, o café e a cerveja, como nos foi dado a
aperceber, tem sido fulgurante.
Os diligentes observadores que
nos acompanharam, sobretudo da Améria Latina, Argentina, Chile, Peru,
mostraram-se estupefactos com o primor da organização da Secretaria de Estado,
a primeira no concerto dos Estados da Federação.
Sentimos um orgulho enorme
porque o titular da pasta é um brioso filho de Coimbra (Penacova) que se
distingue pela actuante intervenção nos domínios por que se espraiam as suas
competências e elege a missão de serviço aos seus concidadãos como um pendão
que há que erguer cada vez mais alto.
Como nos sentimos reconfortados
ao apreciar esta realidade, tão longe dos nossos olhares e que nem sequer
podíamos imaginar.
Para além do Departamento
Estadual, que actua na esfera própria, há ainda o Municipal, com uma estuante
actividade circunscrita à esfera do município do Rio. E em que curiosamente o
responsável mor pela inspecção, Fábio Ferreira, foi aluno de um curso nosso
promovido há anos pelo Centro de Formação da apDC – Direito do Consumo, em
Coimbra, um jovem, com ascendência portuguesa.
Profícuos tais reencontros, na
Conferência Internacional “35 anos de Código de Defesa do Consumidor” que a
Secretaria de Estado, de parceria com o Instituto Nêmesis, dirigido por um
descendente de arouquenses, o Prof. Werson Rêgo, levou a cabo no Leblon, no Rio
de Janeiro.
Uma Conferência Internacional
recheada de ícones da Defesa do Consumidor da Europa e das Américas, que foi um
rotundo sucesso e um palco de reflexão sobre o devir do Direito do Consumo e
dos Consumidores no Brasil e além-fronteiras.
Em Gutemberg Paula da Fonseca,
Werso Rêgo e Fábio Ferreira, exaltamos a diáspora e a gesta dos portugueses que
continuam a dar novos mundos ao mundo!
Mário Frota
Presidente emérito da apDC –
DIREITO DO CONSUMO, Portugal