Eficiência energética:
“conceito fundamental em ordem à gestão responsável dos recursos disponíveis no
planeta. Consiste na superlativização do uso de energia, logrando obter o
máximo desempenho com o menor consumo. De outro modo: trata-se de desenvolver actividades
e operar dispositivos e sistemas da forma mais inteligente, de molde a reduzir
o desperdício de energia e a minorar o impacto ambiental.”
Adoptar meios tendentes à
eficiência energética é algo de essencial para a sustentabilidade da vida e,
consequentemente, do planeta.
Há gestos quase imperceptíveis
no dia-a-dia que podem conduzir à eficiência energética: não se esqueça que “de
tostão em tostão se chega ao milhão”.
No poupar e no gastar, “muitos
poucos fazem muito”…
Fala-se de eficiência
energética e de pobreza energética.
Mas a pobreza energética
caracteriza-se pelos estratos da
população que vivem abaixo de níveis razoáveis de consumo de energia de molde a
satisfazer as suas necessidades básicas.
Entre nós, a pobreza
energética afecta uma parcela significativa da população. Na ordem de mais de
três milhões de pessoas vivendo em condições de pobreza energética moderada ou
extrema.
A questão é complexa e
multifacetada: envolve tanto a incapacidade de manter a casa adequadamente
aquecida ou arrefecida, quanto a dificuldade em solver a regular factura da
energia.
Portugal registou, segundo os
últimos dados, a percentagem mais elevada de pobreza energética entre os
Estados-membros da União Europeia, atingindo valores da ordem dos 21 a 25%
A situação que ora se vive resulta da conjugação de factores como o
aumento dos custos da electricidade e do gás, a ineficiência energética de muitas
habitações e orçamentos domésticos insuficientes para cobrir as necessidades
energéticas básicas.
A etiqueta de eficiência
energética abrange determinados bens, a saber:
Ar condicionado
Aparelhos de refrigeração e
frigoríficos
Fornos eléctricos
Lâmpadas
Máquinas de lavar louça
Máquinas de lavar roupa e de
secar
Televisões e Monitores
A gradação da etiqueta da
eficiência energética é a que segue:
No entanto, uma breve visita
aos estabelecimentos de electrodomésticos permite a quem quer concluir, sem
aparente dificuldade, que os equipamentos disponíveis, em Portugal, por e para
serem mais acessíveis às bolsas da generalidade dos consumidores são os que
mais consomem (F, G…), são os menos eficientes, os menos sustentáveis, os que
conduzem, noutra perspectiva, ao agravamento da pobreza energética porque se
“poupa” no preço do equipamento e se consome desmesuradamente porque os
aparelhos são os que mais energia despendem …
Autêntica contradição nos
termos. Mas é o que temos….
Portugal já é, em termos energéticos,
o mais pobre dos países da União Europeia.
E a situação que ocorre em nada
ajudará a que se ultrapasse a “lanterna vermelha” detida por este País que já
deu “novos mundos ao Mundo”… à luz de “fachos e archotes”!
Mário Frota
presidente emérito da apDC
– DIREITO DO CONSUMO - Portugal