segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Confinamento faz disparar encomendas - e as reclamações também

Restrições fazem subir o transporte de bens, mas as queixas dos consumidores seguem o mesmo caminho, apesar do reforço na logística.

Mal ficaram confinados em casa, os portugueses começaram a fazer encomendas online. Resultado? O tráfego disparou para valores 69% acima dos registados quando o país não enfrentava uma pandemia.

O mesmo revelam os números do Portal da Queixa. Em 45 dias as reclamações com as compras na internet explodiram 277%, para 3878, valores apenas superados pelas queixas relacionadas com as empresas de transporte de encomendas: uma subida de 361%, para 6226 reclamações.

Os operadores garantem ter reforçado a operação com meios técnicos e humanos, mas o atraso nas encomendas (61%) e extravio dos pacotes (12%) são dois dos motivos que mais geram queixas dos consumidores. CTT e CTT Express são os mais reclamados.

Recordes consecutivos

Uma "tempestade perfeita", diz Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa. "O crescimento do comércio eletrónico colocou uma enorme pressão no setor das entregas de encomendas. Não só tiveram que se adaptar aos novos constrangimentos provocados pela pandemia, como os seus recursos humanos e logísticos, tornaram-se parcos de um dia para o outro", diz. "Temos os consumidores obrigados a mudar os seus hábitos de consumo, pagando para que as suas compras sejam entregues nos seus lares, por imposição do estado de emergência, sem garantias que os irão receber a tempo e nas condições expectáveis. Assim se criaram as condições ideias para uma tempestade perfeita, na relação do consumidor digital (muitos deles ainda na sua primeira experiência) e as mais recentes ofertas de venda eletrónica, por parte das marcas, agora maioritariamente online", diz o CEO do Portal da Queixa.

Todas as semanas são batidos recordes na entrega de encomendas, diz Olivier Establet.

 "As encomendas têm aumentado novamente para níveis superiores aos do primeiro confinamento em março e abril, apenas superados por pouco pelas semanas do último peak period - Black Friday e Natal - em novembro e dezembro Mesmo assim, nota-se uma progressão contínua já que a atividade bate recordes a cada semana", diz o CEO da DPD Portugal (ex-Chronopost).

Os dados da Anacom, regulador das telecomunicações, dão conta dessa pressão. Na semana seguinte ao confinamento geral, o tráfego aumentou 28% face à semana anterior, com o volume de encomendas a ser 58% superior ao registado no período pré-covid. Entre 8 e 14 de fevereiro, caiu 1% face à semana anterior, mas os operadores ainda têm de transportar um número de encomendas 69% superior aos na pré-pandemia.

Reforço da operação

Prevendo um "aumento da atividade", na DPD "o número de circuitos tem vindo a ser reforçado às centenas nos últimos meses para corresponder ao aumento de atividade", rondando atualmente cerca de mil, garante Olivier Establet. A empresa também reforçou a equipa de triagem. "As duas estações temporárias, que implementámos em novembro, mantiveram-se ativas e também ao nível do atendimento melhorámos a resposta com o chatbot Maria para permitir a resolução dos milhares de interações diárias que tem tido nas últimas semanas".

Desde que a pandemia rebentou em Portugal, os CTT estão "a trabalhar com volumes de tráfego de peak season, com um crescimento muito relevante nos setores da alimentação, desporto e lazer, educação e cultura e eletrónica de consumo", diz fonte oficial. E entre a Black Friday e o Natal atingiram-se valores recorde: transportaram 3,5 milhões de encomendas. "Os CTT contrataram várias dezenas de funcionários para reforçar a operação neste período de elevada procura". O operador aumentou ainda "o número de centros de triagem de encomendas neste período de pico, funcionando, genericamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, nos principais centros" e adicionou "novos hubs".

Mas, apesar destes esforços, o maior operador postal nacional e de transporte de encomendas, continua a liderar em número de reclamações. No Portal da Queixa, num mês e meio somou 2408 (+329%), seguido dos CTT Express com 749 (+154%) e da DPD, com 730 (+329%).

Carro confinado sem problemas

 


Com a maioria da população em casa, os automóveis acabam por ficar parados por muito tempo. Saiba como evitar estragos e avarias nesta edição do AUTOCLUBE Jornal em que assistimos ao regresso de Jari-Matti Latvala aos ralis. A fechar, um confronto de clássicos entre dois Austin Healy. Ler mais (...)


Diário de 22-2-2021

                  


Diário da República n.º 36/2021, Série I de 2021-02-22

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Seguros automóveis e a pandemia


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Certificados para circular entre concelhos à venda na “dark net”

Polícia encontrou à venda na internet circulares que facilitavam a circulação entre concelhos. Prática é ilegal. Cada certificado custava 40 euros. 

As autoridades portuguesas encontraram certificados para justificar deslocações entre concelhos à venda na chamada “dark net” — visto, muitas vezes, como o mercado negro da internet. Estes documentos, com um preço de 40 euros a unidade, permitiriam aos compradores contornarem as regras do estado de emergência que têm vindo a ser definidas pelo Governo.

A chamada “dark net” é uma espécie de camada oculta da internet, onde muitas vezes proliferam negócios e conteúdos ilegais. Segundo o Expresso, que avançou a notícia, o site que se dedicava ao comércio dessas credenciais mostrava aos potenciais interessados um exemplar com grafismo e denominação de uma empresa e estava escrito em português europeu.

Com o novo confinamento, o Governo decidiu apertar as restrições e, para se poderem deslocar livremente, os trabalhadores de grandes empresas que precisem de se deslocar entre municípios têm de possuir uma credencial emitida pela entidade patronal que justifique o motivo pelo qual esse trabalhador não está em teletrabalho. Aos fins de semana, a generalidade dos portugueses está sujeita à proibição da circulação entre concelhos.

 

Burlões estão a fazer-se passar por representantes da Anacom

 


A Anacom alertou que indivíduos estão a tentar celebrar contratos de telecomunicações fazendo-se passar por representantes do regulador. A entidade alerta que não faz este tipo de contactos. 

A Anacom tomou conhecimento de que burlões estão a fazer-se passar por “representantes” do regulador das comunicações, depois de receber queixas telefónicas de pessoas que foram alvo de tentativas de fraude.

“Nos últimos dias chegaram ao conhecimento da Anacom, através da linha de apoio, queixas de pessoas que foram abordadas por indivíduos que dizem ser da Anacom e que procuram obter vantagens comerciais, nomeadamente através da celebração de novos contratos de comunicações”, avisa a entidade liderada por João Cadete de Matos num comunicado.

Segundo o regulador, “estas tentativas de fraude ocorrem com alguma frequência” e só muda “a forma de abordagem”. Nos casos mais recentes, as vítimas “referem ter sido contactadas telefonicamente por pretensos representantes da Anacom para a alegada realização de um estudo sobre a qualidade de acesso à internet ou para celebrarem contratos de comunicações”. Ler mais

 

Sabe o que é “economia de fuga”? Esta pode ser a oportunidade das marcas para atraírem consumidores

  Sabia que 91% das pessoas globalmente buscam formas de escapar da rotina diária? Esta é uma das principais conclusões do estudo global “...