O Fisco penhorou, em 2024, mais de 86 mil vencimentos e salários,
revelou esta quarta-feira o ‘Jornal de Notícias’, que citou dados do
relatório sobre o combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras do ano
passado: a Autoridade Tributária (AT) registou, no ano passado, mais de
600 mil penhoras originadas por dívidas fiscais de cidadãos e empresas.
Este número representa uma ligeira redução de 3,7% no
número de penhoras face a 2023 – de 649.184 para 624.932 -, tal como os
salários penhorados, de 100.604 para 86.045, menos 14,5%. A AT explicou,
no relatório, que efetua “repetidas comunicações” antes de avançar para
a penhora dos bens, sendo que só um terço do salário líquido é
penhorável.
Nas lista de bens apreendidos estão ainda os créditos, sobre os
quais incidiram 110.005 penhoras, um número superior ao dos salários e
que ocorre sobretudo com empresas – ocorre quando o empresário deve ao
Fisco e tem um valor a receber de um terceiro.
A
Autoridade Tributária penhorou ainda 22.525 imóveis, acima dos valores
de 2023 (22.484), assim como 12.146 pensões, 5.756 veículos, 3.125
rendas e 1.261 móveis: houve ainda penhoras de certificados de aforro
(429), barcos (38) e lojas (9). Representativo está o número de bens
correspondentes a “outros valores e rendimentos”, com 383.593 penhoras
(61% do total) – aqui estão milhares de produtos que não são
indispensáveis à subsistência do devedor, como obras de arte, joias,
equipamentos eletrónicos, depósitos bancários ou heranças.