Estima-se em 10 mil/ano o número de
acidentes em parques infantis, em Portugal. Nos finais dos anos 90 as
urgências hospitalares registaram cerca de cinco mil sinistros.
Os números, fruto de uma projecção com base em revelações do Sistema
Europeu de Vigilância de Acidentes Domésticos e de Lazer, na sua crueza,
impressionam deveras.
Se se escalpelizarem as reais causas de sinistros
tais, o que deles se desprende é a incúria, o desmazelo, o descaso das
autoridades a quem cabe a preservação dos lugares e dos equipamentos.
A
sociedade de risco acrescido em que vivemos não se compadece com a
imperícia, a inconsideração, a imprudência a que se imputam os
acidentes.
À sociedade de risco há que contrapor uma cultura de
segurança.
Não se nos afigura lícito, sequer, asseverar que a segurança é
real quando as ocorrências se sucedem com maior ou menor publicidade e
/ou notoriedade.
De entre as clamorosas falhas de segurança que se
detectam, assinale-se a existência de arestas vivas, rebarbas ou
superfícies rugosas nos equipamentos, pregos, parafusos e mais
artefactos pontiagudos salientes, espias, cordas, cabos ou correntes sem
a necessária resistência ou em estado de degradação, superfícies
abrasivas ou susceptíveis de provocar queimaduras.
O Regulamento tardara:
veio a lume tão-só em finais de 97.
Do projecto à obra, como diria
Molière, dista um abismo.
A obrigação geral de segurança, alçada em
trave mestra do “edifício”, permanece inacessível, a despeito das
iniciativas de imediato empreendidas num sem-número de municípios.
A
cultura de segurança tem de ser sedimentada dia após dia,
incessantemente, sem quebras de qualquer ordem
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