Sobrecarga de estímulos está a fazer diminuir a capacidade de concentração e ameaça a criatividade e o raciocínio abstrato
Se não for interrompido, deverá levar cerca de oito minutos a ler este texto. Durante esse tempo, é provável que o seu telemóvel toque algumas vezes com mensagens de WhatsApp a cair, um email a chegar, a notificação de uma notícia num site de informação, da publicação de um amigo ou de alguém que siga numa rede social. É possível que receba uma chamada, que tenha a televisão ligada, o computador a funcionar e talvez um smartwatch no pulso a vibrar.
E mesmo que esteja interessado, é quase
certo que não conseguirá chegar ao fim do artigo sem desviar a atenção
mais do que uma vez. Vai acabar por levar mais tempo e reter menos do
que se estivesse focado. O mesmo acontece quando estamos a estudar ou a
trabalhar, e os efeitos já se notam na produtividade. O cérebro não está
programado para lidar com a sobrecarga de estímulos que a tecnologia
fez explodir à nossa volta e a capacidade de concentração está a
diminuir. “Estamos a assistir a um processo de degradação cognitiva”,
alerta o especialista do MIT em Neurociências Earl Miller. Acesso pago
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