A Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM)
denuncia que dezenas de ambulâncias estão a circular fora dos parâmetros
legais em várias regiões de Portugal, colocando em risco a segurança
dos doentes transportados. A situação, segundo a associação, deve-se ao
incumprimento das normas que regem a constituição das equipas de
emergência, nomeadamente no que diz respeito à formação e ao número de
técnicos qualificados a bordo.
De acordo com o presidente da ANTEM, Paulo Paço, a legislação
determina que cada ambulância de socorro deve incluir, obrigatoriamente,
um Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS), que deve acompanhar o
doente na célula sanitária, enquanto a condução pode estar a cargo de um
Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT), que possui uma formação
inferior. Contudo, esta regra não está a ser respeitada em diversas
zonas do país. “Existem, todos os dias, de Norte a Sul do país, dezenas
de ambulâncias que circulam à margem desta lei, o que coloca em causa as
condições de saúde dos doentes”, alertou o responsável em declarações à
Renascença.
A ANTEM considera que esta falha sistemática compromete a
qualidade dos cuidados prestados e agrava os riscos clínicos durante o
transporte de pacientes. Face a esta realidade, a associação reclama uma
auditoria externa e independente ao Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM), alegando que as falhas se têm vindo a agravar sem
qualquer resposta estrutural eficaz. “A única forma de garantir uma
melhoria e romper com este paradigma é através da implementação de uma
auditoria ou até de uma comissão de estudo. Esta situação é
insustentável”, defende Paulo Paço.
A
denúncia surge numa altura em que o debate sobre a resposta nacional em
matéria de emergência médica volta a ganhar destaque, com várias
entidades a alertarem para a falta de meios e recursos humanos
qualificados no terreno. A ANTEM sublinha que a resolução do problema
exige vontade política e ação imediata. A notícia foi avançada pela
Renascença esta terça-feira, 3 de junho.