quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Mais de dois mil médicos recusaram ultrapassar limite de horas extra

 

A Federação Nacional dos Médicos garante que mais de dois mil clínicos já entregaram declarações de indisponibilidade para fazerem mais do que as 150 horas extra anuais obrigatórias por lei. Acusa, ainda, o primeiro-ministro de se somar "à incompetência" do ministro da Saúde. Haverá greves em outubro e novembro. 

"Na entrevista que deu ao país, António Costa, sem nada a acrescentar, somou-se à incompetência e à irresponsabilidade de Manuel Pizarro, sendo que ambos são, neste momento, os grandes responsáveis pela situação caótica que se vive no SNS", lê-se num comunicado da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

A estrutura sindical frisa que, "ao contrário do que Manuel Pizarro e António Costa insinuam com a sua propaganda", os médicos "já fizeram este ano este ano muito mais do que 150 horas extraordinárias" previstas na lei. E exemplifica que há clínicos que realizaram "500, 600, 700 horas extraordinárias".Ler mais

 

CONTRAPOSIÇÕES

 


Manuel de Andrade, numa célebre Oração de Sapiência na abertura do ano académico, em Coimbra, no recuado ano de 1953, interrogava-se acerca das leis: “clareza para quem? Para o leigo ou profano ou para os juristas?” E respondia, sem tibieza nem tergiversações: clareza para os juristas!

Claro que se referia à feitura das leis, algo bem mais simples nos anos em que a “motorização legislativa” ainda não havia tomado conta do ‘Condado’…

Jean Calais-Auloy, o pai-fundador do Direito do Consumo, indagava do mesmo passo, a propósito das regras que preenchem este novel ramo de direito, se a clareza não deveria ornar o direito do quotidiano, que é o direito de uso corrente, o das relações jurídicas do consumo. E propugnava a clareza das leis para os seus destinatários, os consumidores.

O facto é que as leis que se vertem diariamente neste domínio nem são, em geral, claras para os juristas e menos ainda para os cidadãos que delas carecem no seu quotidiano deambular.

E com a profusão de leis “fabricadas” na União Europeia e a péssimas traduções que servem de modelo às transposições para o direito nacional, pior ainda.

E não há um esforço para as simplificar. E para as descodificar.

Basta tomar, como exemplo, uma qualquer lei para se concluir nesse sentido.

Poderemos eleger a lei das comunicações electrónicas, destacando do seu artigo 120, os dois primeiros incisos (n.ºs), e ver-nos-emos em palpos de aranha pelo “embrulhado de termos” e seu cantar arrastado:

“1 — As empresas que oferecem serviços de comunicações electrónicas acessíveis ao público, com excepção dos serviços de transmissão utilizados para a prestação de serviços máquina a máquina, devem, previamente à celebração de um contrato, disponibilizar ao consumidor as informações referidas no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 24/2014, de 14 de Fevereiro, e no artigo 8.º da Lei n.º 24/96, de 31 de Julho, consoante estejam, ou não, em causa contratos celebrados à distância ou fora do estabelecimento comercial.

2 — As empresas que oferecem serviços de comunicações electrónicas acessíveis ao público, com excepção dos serviços de transmissão utilizados para a prestação de serviços máquina a máquina, disponibilizam ainda ao consumidor, no mesmo momento, de forma clara e compreensível, num suporte duradouro ou, quando um suporte duradouro não for exequível, num documento facilmente descarregável disponibilizado pela empresa, as informações constantes do anexo III à presente lei, da qual faz parte integrante, na medida em que se apliquem aos serviços que oferecem.”

Se transcrevêssemos os 12 números do artigo, duplicaríamos o espaço que os jornais nos consentem para publicação, num incrível arrazoado sem fim.

E a ‘lenga-lenga’, quando se fala das empresas, é sempre a mesma…

Se formos à lei da “compra e venda dos bens de consumo”, ao artigo que contempla o prazo de garantia, damo-nos conta dos ‘tiques e arrebiques’ que poderiam ser simplificados:

 “1 — O profissional é responsável por qualquer falta de conformidade que se manifeste no prazo de três anos a contar da entrega do bem.

2 - … (um extenso n.º 2 com garantia dos bens com elementos digitais)

3 — Nos contratos de compra e venda de bens móveis usados e por acordo entre as partes, o prazo de três anos previsto no n.º 1 pode ser reduzido a 18 meses, salvo se o bem for anunciado como um bem recondicionado, sendo obrigatória a menção dessa qualidade na respectiva factura, caso em que é aplicável o prazo previsto nos números anteriores.

…”

Seria mais simples assim:

. garantia dos bens novos, recondicionados e usados: 3 anos;

. nos usados, por acordo, admite-se uma redução nunca inferior a 18 meses.

E, depois, de forma sintética, a alusão aos bens com elementos digitais.

No escrito anterior mostrámos que as leis avulsas acerca do “quem cala não consente”, poderiam ser simplificadas se tivesse havido a pretensão de elaborar um código com todos os ss e rr . Cinco domínios, cinco artigos, alguns basto extensos, quando um só chegaria para regular as relações, todas as relações ali abrangidas…

Mas forças ocultas lá entendem que quanto mais extenso, mais prolixo, mais confuso, melhor!

E Viva a República ‘dos’ bananas com esta plêiade de ‘sacanas’, parafraseando El-Rei D. Carlos!

 

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Portugal

19 mil brasileiros estudam no ensino superior em Portugal, e "há mais que espaço", diz ministra

Cerca de 19 mil brasileiros frequentam este ano o ensino superior público em Portugal, o maior grupo estrangeiro, e "há mais que espaço" para crescer, disse hoje à Lusa a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

“Temos inscritos em instituições do ensino superior cerca de 19 mil estudantes”, de cerca de 26 mil pedidos, afirmou à Lusa, Elvira Fortunato, que se encontra em Maceió, capital do estado de Alagoas, com uma agenda até quarta-feira. A ministra participou de vários encontros, entre os quais uma reunião bilateral a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos.

“O maior número de estrangeiros que nós temos a estudar em instituições de ensino superior são brasileiros”, prosseguiu a ministra portuguesa, frisando que “há espaço, há mais que espaço” para que este número cresça. Ler mais

 

Despesas de teletrabalho pagas até outubro não estão isentas de descontos

 


Governo definiu a compensação paga aos trabalhadores pelas despesas do teletrabalho estão isentas de descontos até aos 22 euros, mas só a partir de outubro. Montantes já pagos são sujeitos a IRS.

Desde maio que a lei do trabalho prevê que os trabalhadores e as empresas podem acordar um valor para compensar as despesas associadas ao teletrabalho, mas só no último dia útil de setembro o Governo definiu o limite até ao qual essas transferências estão isentas de descontos. Resultado: os valores pagos nos últimos cinco meses estão obrigados a pagar IRS e contribuições sociais, indicam os advogados ouvidos pelo ECO. Ler mais

Emprego: Faculdade de Direito da Católica realiza feira de recrutamento

 O Gabinete de Carreiras da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (FDUCP) realiza, nos próximos dias 10 e 11 de outubro, a feira de emprego anual na área do Direito. O evento, JobShop’23, é exclusivo para alunos que frequentam a licenciatura, mestrado ou LL.M da Escola de Lisboa da FDUCP.

“Desafios e Oportunidades. Integração da Geração Z no mercado das profissões jurídicas” e “As Diferentes Profissões Jurídicas” são os temas em debate no primeiro dia de atividades da Feira. No segundo dia (11 de outubro), discutir-se-á “Novas áreas de prática no exercício da advocacia”. Paralelamente às mesas redondas, os alunos terão acesso ao recruiting lounge, onde estarão presentes as entidades participantes, nomeadamente Sociedades de Advogados, consultoras, entidades reguladoras e outras entidades.

Todos os anos, o Gabinete de Carreiras organiza o JobShop, a feira de recrutamento da nossa Escola, que permite aos alunos de licenciatura, mestrado e LL. M. contactar diretamente com os recrutadores. É muito gratificante reunir presencialmente alunos e profissionais da área do Direito num ambiente interativo e dinâmico e promover debates abertos entre todos. Sentimos que as Universidades devem contribuir para a inserção dos seus alunos no mercado de trabalho

Ana Taveira da Fonseca, Diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa

 

Fundo da Segurança Social afunda 13% e regista pior desempenho de sempre

 


O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social encerrou 2022 com perdas de 13% por conta da elevada exposição à dívida nacional e obrigou o Estado a injetar mais de 3 mil milhões de euros.

As contas do fundo de reserva da Segurança Social voltaram a terreno negativo. Os números mais recentes do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) mostram um desempenho negativo de 13,3% no ano passado, naquele que foi o pior desempenho dos 34 anos de vida do fundo.

Apesar de manter uma rendibilidade média anual positiva de 3,66% nas últimas duas décadas, 2022 foi um ano particularmente negativo para as contas do FEFSS, com o fundo a contabilizar um desempenho inferior a 16,8 pontos percentuais face aos 3,7% registados em 2021. Ler mais

Governo propõe fim dos cortes nas ajudas de custo e de transporte

 
O secretário-geral da Fesap, José Abraão, defende, em declarações à TSF, que os valores das ajudas de custo de 2010 estão desatualizados e espera que sejam aumentados, a fim de travar a "perda de compra dos trabalhadores dos últimos anos".

O Governo vai propor aos sindicatos da administração pública o fim dos cortes no valor das ajudas de custo e de transporte, em vigor desde dezembro de 2010, no âmbito das negociações sobre Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

A proposta do Governo, a que a Lusa teve acesso, vai ser discutida nas reuniões de quarta-feira entre a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, e as três estruturas sindicais, no Ministério da Presidência, em Lisboa, dando continuidade à negociação das medidas que integram a atualização salarial anual. Ler mais

 

Isto é o Povo a falar - Mário Frota - Compra e venda de consumo

  As relações entre consumidor e vendedor são reguladas por leis que, entre outras coisas, determinam garantia de bom funcionamento e bom es...