quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Não há exércitos unipessoais...


Marcos Dessaune, teorizador do Direito do Consumo, no Brasil, com obra notável que se vai impondo em extensão e profundidade, em reforço dos direitos do consumidor, dirigiu-nos por ocasião do aniversário da apDC palavras de reconhecimento, tais os ecos na outra riba do Atlântico do que modestamente por estas paragens se vai operando.

No agradecimento que se impunha exprimimos o que segue.

Fique o registo!

"Muito obrigado por tamanha gentileza!

Nesta refrega, em que a dureza tem de se impor, quantas vezes, a uma urbanidade recomendável, até a alma se nos derrete perante palavras doces de reconhecimento e estímulo. Não há vitórias de exércitos unipessoais, conquanto a capacidade de resistência de um Ghandi ou um Mandela seja determinante para vergar a mão e quebrar o dorso a poderosos inimigos que se suporia invencíveis. As "armadas invencíveis" também se destroçam.

A nossa capacidade de resistência tem de se afirmar, em regra, não contra o mercado insidioso que deflagra as suas poderosas cargas explosivas contra os anónimos consumidores, mas contra os governos e administrações que se tornam ajuramentados inimigos dos consumidores por em tudo consentirem, na sua cumplicidade, por acção ou reverberável passividade...

E a força que daí emana, de tão poderosa, faz soçobrar os mais resistentes!

Exemplos como os de São Nuno de Santa Maria (Nun' Álvares Pereira) que, frente a um numeroso exército de castelhanos, os destroçou com o seu fervor e a sua vivacidade, são revigorantes para esta cruzada em prol de quantos, desvalidos da fortuna e os mais, carecem do esforço ingente de quem pode e enquanto pode. "Os que podem aos que precisam", mais que o "suum cuique tribuere"...

E neste reino que, como dizia Mouzinho de Albuquerque, é "obra de soldados", cantava Camões: "Pera servir-vos, braço às armas feito; / Pera cantar-vos, mente às Musas dada"!

Outros são os reinos, outros os senhores, que de modo fero lançam o seu ignominioso poder contra os fracos e indefesos, seja na fazenda, na finança, como no prato da sopa que se lhes nega...

Excelente pelo estímulo!

Lembrá-lo-ei nos momentos de desfalecimento quando as forças cedem perante o ignaro inimigo que se agiganta!"

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