segunda-feira, 1 de julho de 2024

O Euro Digital: um enabler da digitalização da economia europeia


Francisco Lavrador Pires

(Diário ‘As Beiras’, edição do 1,º de Julho de 2024)

 

O euro digital, segundo o Banco de Portugal, deverá aparecer no final de 2025 ou início de 2026.

É uma nova moeda disponibilizada pelo Banco Central Europeu em formato electrónico, passível de ser utilizada em cartão ou em aplicações de telemóvel.

 Não irão acabar imediatamente as notas e as moedas em termos de curto prazo, mas o objectivo último é fazer desaparecer do mercado este meio de pagamento, hoje, considerado obsoleto.

Salienta-se, contudo, que a ambição de emitir moedas digitais não é intrinsecamente europeia, atendendo a que múltiplos bancos centrais de todo o mundo têm estudado profundamente a sua viabilidade, como é o caso da China, que já implementou a versão digital das suas moedas, facilitando a transferência e pagamentos imediatos dentro da sua área monetária.

O Banco de Frankfurt ( 2023 ) refere que o euro digital, desenhado pelo BCE, será acessível a cidadãos e empresas através da sua distribuição por intermediários sob supervisão, como sejam os bancos. O estudo considera o euro digital como uma forma digital de numerário, susceptível de ser utilizada em todos os pagamentos digitais da zona euro.

Christine Lagarde ( 2024 ), presidente do BCE, informa ainda que os custos inerentes à utilização da nova moeda são nulos e, apesar disso, a nova moeda não deixa de obedecer aos mais altos parâmetros de privacidade, coexistindo com o dinheiro físico.

Estes padrões são garantidos.

De facto, o BCE potencialmente passa a controlar centralmente todas as transacções efectuadas pelos cidadãos, bem como todos os registos, além de garantir que a prioridade das prioridades será rigorosamente a protecção dos dados.

O euro digital será amplamente oferecido com gratuidade absoluta, tanto online como offline, viabilizando, aos seus utilizadores, a liquidação de pagamentos de forma imediata através de dinheiro do BCE, de pessoas para pessoas, nos pontos de venda, no comércio electrónico e em transacções com o Estado.

Tudo será suportado por uma infra-estrutura própria que viabilizará a realização de pagamentos e transferências em toda a Europa.

Deste modo, os cidadãos farão as operações com o euro digital por intermédio das plataformas dos intermediários que irão distribuir a moeda, bancos ou empresas de pagamento ou através de uma aplicação do próprio Eurosistema.

No modelo pensado pelo BCE, os cidadãos sem acesso a uma conta bancária ou a ferramentas digitais, não serão marginalizados pelo sistema, em virtude de poderem utilizar cartões facultados por um organismo público, como, por exemplo, uma estação de correios ou qualquer outro serviço do género.

A confiança no euro digital é igualmente reforçada pelo facto de os utilizadores, a qualquer instante, estarem habilitados a trocarem euros digitais por numerário ou vice-versa, e seus custos.

Tendo em atenção este pressuposto básico, conclui-se que os custos associados à gestão e à liquidação das transacções serão suportados pelo BCE.

Esta notável operação, como está desenhada, irá impactar negativamente nas atuais soluções de pagamento como VISA, Mastercard ou PayPal, que como sabemos são predominantemente americanas.

A preferência pelos meios digitais de pagamento está em crescimento exponencial, seja através de cartões de débito ou cartões de crédito ou por homebanking, modalidade que possibilita a gestão das contas bancárias a partir de um computador ou telemóvel ou através do MB WAY.

É natural que, à medida que as gerações se vão sucedendo, se acentue a necessidade de reduzir a pegada ecológica e os custos de transporte associados aos sistemas analógicos monetários de pagamento, a que se associa também a prevenção do recurso a soluções de pagamento não regulamentadas, como sejam os cripto-activos. Efectivamente, o euro digital não pode ser considerado uma criptomoeda, porque é gerida por um Banco Central, e só pode ser usada como meio de pagamento e não como forma de investimento.

O euro digital é uma moeda pública, que exprimirá a soberania monetária da União Europeia, emitida pelo Banco Central, e que assume a forma de bem público, por ser não excludente e não-rival, o que induz externalidades positivas e, por isso, é referido como moeda pública, ao invés da moeda privada, que é criada pelos bancos comerciais e designada frequentemente por moeda comercial.

Como bem público, o euro digital é uma forma de moeda para utilização nos pagamentos a retalho, emitido pelo Banco Central Europeu, que será o principal suporte do sistema de pagamento num mundo cada vez mais digitalizado, apesar de a maioria dos europeus ainda considerar que dispor de numerário, como opção de pagamento, é importante ou muito importante.

Neste contexto, o euro digital funcionará como complemento do numerário, utilizável de forma segura e rápida em toda área Euro e de forma gratuita, revelando, além disso, habilidade e capacidade para impulsionar a inovação, e adicionalmente fomentar o apoio à digitalização da economia europeia e reforçar a autonomia estratégica da Europa.

O quadro jurídico, para a mais eventual introdução do euro digital, está a ser gradativamente construído, e tem como fundamentação estratégica salvaguardar o futuro do euro em ambiente totalmente digitalizado, assumindo-se, como certo, o cenário de que a Europa irá enfrentar alterações tecnológicas disruptivas na tecnologia de pagamentos nos tempos vindouros, daí a necessidade de preservar absolutamente a segurança, a privacidade e a inclusividade, valores considerados transversais a todos os países europeus.

Recebeu esta mensagem da GNR? É burla, "não efetue o pagamento"

 

Autoridades alertam para nova tentativa de burla, em nome da Guarda.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) alertou os seus seguidores das redes sociais, no domingo, para o facto de estar a circular uma nova tentativa de burla em nome, precisamente, desta força de segurança.

De acordo com os militares, anda uma mensagem a circular, cujo emissor se apresenta, "falsamente", como Guarda Nacional Republicana.

A mensagem informa o recetor que a sua viatura consta para apreensão a partir do dia em que recebe a mensagem. Para o evitar, é fornecida uma entidade, referência e valor para pagamento. Mas, atenção! Trata-se de uma mensagem falsa, com intenção ilícita, como realçou a GNR nas redes sociais. Por isso já sabe, se receber esta mensagem, "não efetue o pagamento!". 

A Guarda pede ainda que, caso seja vítima de burla ou conheça alguém que tenha sido, denuncie. Ler mais

 

Turismo algarvio falha meta de redução de consumo de água e adesão fica pelos 13%

 


A ADENE indica que o turismo algarvio reduziu o consumo de água em 12% entre março e maio, abaixo dos objetivos traçados. Em paralelo, adesão à iniciativa de poupança foi apenas de 13%.

Os empreendimentos turísticos do Algarve que aderiram ao selo de eficiência hídrica Save Water, a iniciativa criada na área do turismo para responder à situação de seca na região, reduziram em 12% os consumos de água entre março e maio.

Esta redução fica abaixo do objetivo traçado pelo anterior Governo no passado mês de fevereiro, de 15%, e também ligeiramente abaixo do novo patamar avançado pelo executivo de Luís Montenegro, que colocou em maio a fasquia nos 13%.

O registo de poupança no consumo de 12% é divulgado este sábado no primeiro relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica.  Ler mais

Luz, gás, telecomunicações ou crédito habitação: saiba como poupar com este guia

 

O Doutor Finanças lança um “Guia sobre poupanças em casa”, onde partilha algumas estratégias e dicas para conseguir reduzir as despesas domésticas, permitindo assim que as famílias portuguesas possam poupar algum dinheiro no dia-a-dia.

As despesas domésticas têm um peso considerável nos orçamentos das famílias. Entre as contas da água, da energia, das telecomunicações e alimentação, poupar dinheiro pode ser um desafio para a maioria das pessoas.

O Doutor Finanças explica, assim, que se tiver em atenção alguns pormenores no seu quotidiano, é possível adoptar certas estratégias para diminuir estes gastos e conseguir alcançar algum tipo de poupança no futuro.

No guia são abordados diversos temas como: poupar dinheiro no consumo de água e de electricidade, na factura do gás, nas telecomunicações, nas refeições e no crédito habitação. É explicado ainda o que pode encontrar nas facturas dos diferentes serviços, ou seja, o que é efectivamente cobrado aos consumidores.

Maioria apoia seguro obrigatório para ciclistas

 


Estudo da ACP revela que 77% dos inquiridos apoiam seguro obrigatório para bicicletas. Opiniões dividem-se sobre responsabilidade por danos. Destaca-se a exigência por mais ciclovias

O estudo “Barómetro da Segurança da Bicicleta” do Observatório ACP, JN e TSF revela que a maioria dos inquiridos (77%) acredita que o seguro de responsabilidade civil para quem utiliza bicicletas e trotinetes deve ser obrigatório.

Quanto à responsabilidade sobre pagamento dos custos resultantes do acidente as respostas dividem-se entre condutor e empresa de seguro: 43% acreditam que deve ser o condutor a pagar e 36% a seguradora os estragos causados na trotinete ou bicicleta; esses valores ficam em 39% e 36% nos estragos causados no automóvel com que teve o acidente e 42% e 38% os tratamentos necessários para o condutor da bicicleta ou trotinete. Ler mais

Restaurantes proibidos de servir, para fora, copos de plástico de uso único a partir de hoje. Multas podem chegar aos 15.000 euros

 

Os estabelecimentos comerciais de bebidas e restaurantes de Lisboa estão a partir de hoje proibidos de vender para fora copos de plástico de utilização única, após o que arriscam ser multados.

A decisão de avançar com a concretização das regras e responsabilidades no que se refere à “limpeza diária das áreas confinantes dos estabelecimentos comerciais e respetivas zonas de influência, assim como a proibição de plásticos de utilização única ou descartáveis” consta de um despacho publicado a 2 de maio no Boletim Municipal da Câmara Municipal de Lisboa.

O regulamento — cuja aplicação foi inicialmente alvo de adiamento devido à pandemia de covid-19, mas que se encontra em vigor — determina a proibição de “servir, para fora do estabelecimento, produtos provenientes da venda e consumo do mesmo, em plástico de utilização única ou descartável, nomeadamente copos”.

O não cumprimento desta prática pode ser punido com coima entre 150 a 1.500 euros, no caso de pessoas singulares, e entre 1.000 a 15.000 euros, no caso de pessoas coletivas, com o processamento destas contraordenações a caber à junta de freguesia territorialmente competente.

O mesmo regulamento prevê ainda novas regras para os estabelecimentos comerciais, nomeadamente de restauração e bebidas, “quanto à limpeza diária das suas áreas confinantes e respetiva zona de influência e ainda quanto à obrigatoriedade de colocação de cinzeiros e equipamentos para deposição de resíduos produzidos pelos seus clientes”, refere o despacho.

 

Respostas Rápidas: O que significa a garantia para compra de casa por jovens até aos 35 anos?

 

Esta medida foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo de Rebelo de Sousa, na última semana.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou, na última quarta-feira, 26 de junho, a medida que permite a garantia para a compra de casas por parte dos jovens até aos 35 anos.

O que significa a garantia para compra de casa por jovens até aos 35 anos?

A garantia pública aos jovens até 35 anos corresponde a 10% do valor do crédito à habitação. Deste modo, o Executivo só vai viabilizar o financiamento bancário da parte que não se encontra coberta, correspondente à entrada para a compra da casa, que, por norma, é o valor que o banco exige como capital próprio de quem está a comprar um imóvel. Ler mais