terça-feira, 22 de novembro de 2022

Uma cervejeira, parceira do Ministério na ‘Educação para a Cidadania’?

 


Em seminário promovido recentemente pela Prof.ª Helena Damião, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Coimbra, a propósito da invasão das escolas pelas marcas, para que fôramos convidados, uma das questões suscitadas foi, afinal, o consabido facto de as empresas penetrarem nas escolas pelo recurso à figura da “responsabilidade social”.

E tal vinha a propósito da inserção (da infiltração) de uma marca de cervejas no panorama da “Educação para a Cidadania” com o beneplácito do Ministério da Educação. O que, para muitos, constitui uma verdadeira contradição nos termos. Uma aberração autêntica! E, para as demais marcas no mercado, expressivo sinal de concorrência desleal se os meios desvirtuantes em uma tal presença se observarem.

A responsabilidade social constitui, de resto, em nossa perspectiva, uma abordagem séria, fundada numa gestão ético-deontológica da sociedade mercantil de que se trata e dos partícipes no processo, de montante a jusante, na cadeia de produção ao consumo. Ler mais

Brigada Florestal Animal limpa mato nos lameiros do Planalto Mirandês

 

O Planalto Mirandês é o campo experimental da primeira Brigada Florestal Animal, que consiste num projeto-piloto que tem por missão a limpeza de lameiros e mato, a fim de criar zonas tampão em caso de incêndios florestais.

Esta iniciativa é coordenada pela Associação Para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), que dispõe de duas dezenas de burros desta raça autóctone que estão posicionados, atualmente, no território de Vila Chã da Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança.

“Através deste projeto-piloto, pretendemos demonstrar o grande potencial que os burros mirandeses podem ter na gestão da paisagem, e, ao mesmo tempo, contribuir para a diminuição da carga combustível existente em lameiros abandonados”, disse à Lusa o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.

Para fazer os trabalhos de limpeza de lameiros e mato são utilizados estes autênticos “destroçadores” de matéria vegetal, onde em cada sete hectares de terreno são colocados seis a 12 animais, que são controlados por uma cerca elétrica para não abandonarem o local. Ler mais

Três milhões de famílias vão beneficiar da descida do IRS em 2023: alívio fiscal em todos os escalões permite ganhos de entre 18 e 474 euros anuais

 

O IRS vai sofrer um alívio em todos os escalões de rendimentos, segundo previsto no Orçamento do Estado para 2023, que vai permitir a cada contribuinte um ganho médio anual de entre 18 euros (para quem tem rendimentos até 10 mil euros por ano) e 474 euros (para quem supera os 100 mil euros anuais) – segundo o ‘Correio da Manhã’, para a classe média, os ganhos vão oscilar entre os 146 e 267 euros.

As várias alterações propostas no OE’2023 vão permitir aos contribuintes, em 2023, pagar menos IRS: a atualização dos limites dos escalões de IRS em 5,1%; a redução da taxa marginal do 2º escalão de IRS de 23% para 21%; e o reforço do mínimo de existência.

Os ganhos previstos vão estar expressos nas taxas de retenção na fonte, atualizadas em janeiro, o que vai permitir aos contribuintes ter mais dinheiro disponível todos os meses – assim, o ganho médio mensal varia entre os 1,2 euros (nos rendimentos anuais inferiores a 10 mil euros) e de 36,5 euros (rendimentos acima dos 100 mil euros por ano). Ler mais

Taxa sobre a distribuição arrisca acabar nos tribunais

 


A proposta de taxa sobre a distribuição arrisca acabar nos tribunais e por lá ficar durante vários anos. A proposta de aplicação da contribuição de solidariedade temporária, tal como está, levanta dúvidas a vários fiscalistas e pode mesmo gerar um problema de constitucionalidade.

Como a lei será aprovada já no final do ano, mas aplicar-se-á aos lucros obtidos pelas empresas em 2022 “poderá discutir-se se há um efeito retroativo e, mais, de violação da confiança”, admite Renato Carreira, da Deloitte, em respostas divulgadas nesta terça-feira pelo Jornal de Negócios.

A grande abrangência da medida também preocupa os fiscalistas, pois só escapam as empresas que empreguem menos de 50 pessoas e cujo volume de negócios ou balanço total anual não exceda dez milhões de euros. Isto quer dizer que minimercados e franchisings também poderão ter de pagar a contribuição. Ler mais

De 780 000 a 780: o mais rotundo fracasso do acesso a um direito humano que se desvaloriza e menospreza

 


 (Artigo de opinião publicado no Diário ‘As Beiras’,editado em Coimbra a 21 de Novembro de 2022)

 

A tarifa social da Internet constituía uma bandeira pela democraticidade do acesso a serviços nela dispensados, algo que, de resto, se consubstancia como direito humano no quadro da informação e da comunicação universal nos tempos que correm.

 E porque razão é que dos 780 000 consumidores que se estimava pudessem beneficiar da tarifa social da Internet, menos de 780 (!!!) a tal se houvessem candidatado de Janeiro (?) a 30 de Outubro p.º p.º?

 Porque não há informação específica que chegue aos meios desfavorecidos… aos seus destinatários preferenciais!

 Claro que há outras circunstâncias que o Regulador avança em razão da reflexão que os seus quadros terão excogitado. E é susceptível de se perfilar como segue:

‘O nível de pedidos é "influenciado por vários factores": a título ilustrativo, as restrições associadas às fidelizações das ofertas comerciais de comunicações electrónicas dificultam, por si só, a adesão de potenciais beneficiários. Se se dispuser já de um serviço de comunicações objecto de contrato com acesso à internet, e o período de vinculação estiver ainda a decorrer, o cancelamento do pacote é susceptível de acarretar uma penalização, por aplicação da lei.”

Ao que acresce, sustenta-se, "a prática comercial das principais empresas, que oferecem serviços em pacote, sem dispor, em simultaneidade, de ofertas competitivas isoladas, serviço a serviço".

O regulador alega que tal  "torna inviável que o consumidor abandone o pacote e subscreva o serviço de internet associado à tarifa social isoladamente".

Ademais, a tarifa social de internet não contempla um serviço básico de televisão ou de telefone.

O que é, com efeito, limitativo… porque de todo desenquadrado do contexto.

Prevê o Regulador que "a utilidade" da tarifa social de internet se "esvaziará" perante o quadro actual em que 4,5 milhões de consumidores dispõem já de pacotes com uma multiplicidade de serviços à sua disposição.

"As características da oferta associada à tarifa social e o grau de iliteracia digital da população serão outras potenciais razões para a reduzida adesão verificada", argumenta-se.

Ademais, as condições propiciadas pelo Governo fogem do desenho que o próprio Regulador traçara e que era, de todo mais favorável aos mais desfavorecidos.

Mas não se ignore que a “tarifa social” se submete ao índice mais elevado do IVA, que de todo se não compagina com as características que deveriam enformar um serviço do estilo.

O mais relevante, ao que se nos afigura, e a que não é alheio também o montante exigido à cabeça, como o valor a que acresce um imposto da ordem dos 23%, parece ser, com efeito, a manifesta ausência de informação dirigida aos vulneráveis, hipervulneráveis e hipossuficientes… , vale dizer, aos info-excluídos, afinal. Porque é desses que se trata, que é a eles que a tarifa se oferece e contempla.

 E escusam as notabilidades do Governo (e, quiçá, da Regulação, que ainda assim é das mais actuantes e desipotecadas dos interesses postulados pelo poder político),  e dos institutos pagos com os impostos de todos nós de nomear comissões para apurar, afinal, o fracasso da medida!

 A fórmula quanto a nós paira diante dos olhos.

 Usem as televisões e as rádios pagas directamente pelos consumidores e contribuintes, não para propaganda dos actos do poder, mas para informação dos beneficiários à míngua de atenção, para a informação dos consumidores em geral!

 Dêem expressão a preceitos legais que continuam, anos volvidos, em estado de torpor, em hibernação.

 Porque não fazer sair do papel este preceito da Lei-Quadro de Defesa do Consumidor, que há mais de 26 anos espera pacientemente concretize?

“1 - Incumbe ao Estado, às regiões autónomas e às autarquias locais desenvolver acções e adoptar medidas tendentes à informação em geral do consumidor, designadamente através de:

 

b) Criação de serviços municipais de informação ao consumidor;

e) Criação de bases de dados e arquivos digitais acessíveis em matéria de direitos do consumidor, de acesso incondicionado.

2 - O serviço público de rádio e de televisão deve reservar espaços, em termos que a lei definirá, para a promoção dos interesses e direitos do consumidor.”

E porque não concretizar o que na Lei do Acesso ao Direito e à Justiça, de 29 de Julho de 2004, se condensa?

Incumbe ao Estado realizarde modo permanente e planeado, acções tendentes a tornar conhecido o direito e o ordenamento legal, através de publicação e de outras formas de comunicação, com vista a proporcionar um melhor exercício dos direitos e o cumprimento dos deveres legalmente estabelecidos.”

Se houvesse em Portugal uma cultura de informação e tais preceitos não fossem autêntica letra morta, o panorama seria decerto distinto!

Malfadadamente, à transparência prefere-se, entre nós, a opacidade!

 

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Portugal

Sabe quem faz os automóveis que menos avariam?

 

Anualmente, a Consumer Reports avalia as queixas dos condutores em relação aos veículos que conduzem e estabelece um "ranking" das marcas com menos avarias. Saiba quais as melhores e… as piores.

A Consumer Reports (CR) é uma organização não lucrativa cujo objectivo é avaliar e testar a generalidade dos produtos à venda no mercado, para apontar quais os melhores produtos, por darem menos problemas e enfermarem de menos avarias. E tudo é analisado, de máquinas de lavar a aspiradores, passando obviamente por automóveis. E é sobre estes últimos que nos concentramos, uma vez que a CR divulgou a edição deste ano do ranking de satisfação dos clientes.

Os automóveis nem sempre satisfazem os seus clientes, gerando críticas e queixas, especialmente quando avariam. E a CR, depois de analisar mais de 300.000 veículos, estabeleceu o ranking para 2023, salientando que o incremento dos preços nos últimos dois anos levou os condutores a manter os veículos na sua posse durante mais tempo, o que potenciou o número de avarias e queixas. Ler mais

 

Imprensa Escrita - 22-11-2022






 

Jornal As Beiras - 26-12-2025