quinta-feira, 5 de junho de 2025

Relatório interno do INEM aponta falhas graves na direção e admite que atrasos podem ter comprometido vidas de doentes. Nunca foi divulgado

 

Um relatório interno do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), elaborado na sequência da greve dos técnicos de emergência ocorrida entre outubro e novembro de 2024, traça um retrato severo da atuação da direção do instituto e levanta dúvidas sobre a segurança dos doentes durante esse período. Segundo avança a CNN Portugal, o documento em causa nunca foi oficialmente divulgado, mas já se encontra em poder da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que continua a investigar o caso.

Apesar de o relatório ter sido concluído em dezembro de 2024, continuam por esclarecer as circunstâncias que envolveram 12 mortes ocorridas durante os dias da paralisação. O documento aponta diretamente falhas de organização da direção e da chefia dos Recursos Humanos do INEM, acusando-as de não terem assegurado os serviços mínimos obrigatórios nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), responsáveis pelo atendimento de chamadas de emergência. A ausência desses serviços terá contribuído para um colapso no sistema de resposta, deixando milhares de chamadas sem qualquer seguimento — nomeadamente no dia 4 de novembro, em que se registaram os maiores constrangimentos.

O relatório, elaborado por elementos do departamento jurídico do INEM, admite expressamente que os atrasos na resposta às chamadas de emergência podem ter tido consequências fatais. “Os atrasos ocorridos durante a paralisação dos técnicos têm potencial efeito negativo sobre a sobrevivência”, lê-se no documento, referindo-se a situações críticas como paragens cardiorrespiratórias. A CNN Portugal apurou que em, pelo menos, dois dos casos de morte confirmados os atrasos ultrapassaram uma hora, enquanto outros sete apresentaram tempos de espera superiores a 30 minutos. Ler mais

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