Num mundo mediático cada vez mais saturado de estímulos e narrativas contraditórias, precisamos de perceber o audiovisual como ferramenta pedagógica — mas, e acima de tudo, também com espírito crítico.
Nos últimos anos, a saúde mental deixou de ser um tabu e passou a fazer parte do discurso público — nas escolas, nos serviços de saúde, nas redes sociais e, cada vez mais, nos ecrãs. O cinema e as séries têm aqui um papel crucial: são, simultaneamente, espelhos da realidade e veículos de transformação social. Mas será que essa influência é exercida com responsabilidade?
Séries como Euphoria, de produção norte-americana, abriram caminho para narrativas mais cruas e viscerais sobre os desafios da juventude: vício, depressão, ansiedade, sexualidade e solidão. Mas o que Adolescência — a série britânica que se tornou o fenómeno de 2025 na Netflix — trouxe de novo ao panorama? Uma abordagem bem mais íntima, menos sensacionalista, com personagens que não são estereótipos, mas construções complexas e reconhecíveis. Adolescência não procura apenas chocar — procura entender. E esse talvez seja o ponto diferenciador para um público europeu mais crítico e exigente. Ler mais

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