Este ano chegaram à Ordem dos Enfermeiros 1344 pedidos de declaração que permite aos enfermeiros exercer fora do país, num total de 29 mil em 14 anos. Uma média de quatro pedidos por dia, revelou o Público.

 De acordo com a publicação, há muito que os baixos salários e a falta de evolução na carreira têm levado muitos enfermeiros, mais jovens, mas também os experientes, a olhar para o estrangeiro como uma opção. Entre 2010 e 20 de Novembro deste ano, a Ordem recebeu 29.316 pedidos de declaração para emigração. No ano passado foram 1689.

Suíça, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido estão entre os países europeus que atraem mais intenções, mas há também outros, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que se tornam cada vez mais atraentes para os enfermeiros portugueses.

A OE não tem confirmação de quantos enfermeiros emigraram efectivamente e que estão a trabalhar na área, a não ser que estes o comuniquem. Este ano «foram emitidos 113 certificados de Carteira de Profissional Europeia, com vista ao reconhecimento das qualificações profissionais na Bélgica, Espanha, França, Irlanda e Luxemburgo, todos com o objectivo de estabelecimento», refere a OE.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros diz que a falta de atractividade na carreira, tanto nas condições de trabalho, como na remuneração, justificam este êxodo que pode pôr em causa a sustentabilidade do SNS. Luís Barreira lembra que, em Portugal, faltam 14 mil enfermeiros.