Martim, de 22 anos, automutila-se e já sofreu de distúrbios alimentares. Sílvia, mãe de uma adolescente de 14 anos, narra que a filha toma um ansiolítico todos os dias. O que se passa com a saúde mental das crianças e dos jovens portugueses?
“Não sei o que ando a fazer aqui. Sinto-me completamente desmotivado e sem vontade de viver. Todos os dias são um martírio para mim”, começa por dizer Martim (nome fictício), de 22 anos, estudante de Medicina numa instituição de Ensino Superior portuguesa que prefere não especificar. “Tenho medo de que alguém perceba que sou eu. A verdade é que ainda há muitos estereótipos e estigmatização da doença mental. Por isso, se os meus colegas perceberem que me corto e que já sofri de distúrbios alimentares, muito por culpa das redes sociais, podem não ser propriamente simpáticos”, desabafa.
Já em 2017, um estudo revelou que um quinto dos jovens já se
magoou intencionalmente e que as raparigas têm uma maior propensão para
o fazer. “Cerca de 20% dos adolescentes [inquiridos] reporta ter tido
pelo menos uma vez na sua vida o envolvimento em comportamentos
autolesivos”, afirmou Ana Xavier, da Faculdade de Psicologia da
Universidade de Coimbra, citada pela agência Lusa. A automutilação pode
passar por cortes, queimaduras, arranhões, o objetivo é magoar o próprio
corpo para “regular emoções difíceis e intensas”, acrescentou a
investigadora. Ler mais
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