Um Natal seguro… em dádiva ao futuro!
Mário Frota
presidente
emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO, Portugal
Brinquedo, o simples brinquedo
Como penhor de SEGURANÇA
Não pode rimar com Medo
Tem de rimar com CRIANÇA!
“A segurança
é direito fundamental dos cidadãos:
mora em permanência no coração, inscreve-se no texto da Constituição.
A segurança releva das coordenadas do
mercado de consumo, privilegiado espaço onde riscos e perigos espreitam a cada
passo, sem que se mude o rumo.
Dos presentes, outrora na esfera do
Deus-Menino e hoje às mãos do profano Pai-Natal, às iguarias que “povoam”, a
seu modo e com as diferenças que naturalmente se reconhecem, as mesas das
distintas casas portuguesas e dos que se acolhem aos nossos sóis… a segurança tem de se afirmar iniludivelmente!
A segurança que se reclama quando em circulação por entre vias de distinto
perfil, quaisquer que sejam!
Os brinquedos figuram naturalmente na extensa lista de preocupações
expressas neste passo.
Há brinquedos menos inocentes que as crianças:
há brinquedos que ferem, há
brinquedos que matam!
Não nos iludamos. Não há na asserção
ponta de excesso, de exagero!
Exemplos não faltam para ilustrar tão
cruente realidade…
Donde, os peculiares cuidados de que há
que rodear as escolhas ante a hipervulnerabilidade das crianças. Para
que se não avolume o rol de mais de 60 000 vítimas de brinquedos inseguros que
constituem negra realidade, calculadamente ponderada, na União Europeia.
Brinquedos seguros, eis o apelo, que
obedeçam aos requisitos das normas a tal propósito estatuídas, que garantam as
crianças contra indesejáveis sinistros.
Há anos, a MATTEL, principal fabricante de brinquedos no globo, teve de recolher
do mercado cerca de 22 milhões de artigos porque desprovidos dos requisitos
essenciais de segurança: oriundos, na generalidade, da China, onde tais
requisitos se desfeiteiam...
A União
Europeia reforçou as normas de segurança.
Porém, todo o cuidado é pouco: a mera aposição do logo CE pode nada querer
significar. Pode não representar, como se pretende, segurança ante as fraudes
que amiúde se registam e ampliam…
Dos sinistros registos no sistema de
alerta RAPEX, na União, de acordo com a Nova Agenda Europeia do Consumidor,
mais de 33% atingem crianças na sua
esfera própria.
“O Diabo deu um tiro com a tranca de uma porta”, diz o povo e com razão!
Peculiares cautelas há que observar para
que se não haja de chorar as perdas causadas por incúria, trate-se de
importador, de distribuidor, de retalhista (do varejo) ou do consumidor.
Para que se não observe o:
“depois
de casa arrombada, trancas à porta”!
Cuidados reforçados nos brinquedos para
crianças até aos 3 anos de idade: as peças decomponíveis, porque minúsculas,
podem afectar seriamente crianças cujo poder de autodefesa é nulo; desde que
caibam no diâmetro de uma moeda ligeiramente superior à de 2 € são em absoluto
de rejeitar…
Ademais, deve haver advertências
específicas para o efeito.
As famílias não se podem de todo permitir
encarar de modo leviano, ligeiro, estas coisas.
As autoridades não podem, de análogo
modo, descartar a vigilância que mister será exercer sobre o mercado.
A França já proibiu os brinquedos, tão
frequentes no mercado, que de algum modo evoquem armas de fogo, que as imitem
ou tenham um qualquer potencial, não só em termos simbólicos como pela
perigosidade que tantas vezes tais brinquedos em si mesmos encerram.
Os brinquedos de outrora, por mais
toscos, mais rústicos, não apresentavam riscos de maior. Algo que hoje não
sucede. Com arestas salientes, cortantes, com tintagens tóxicas, com
superfícies que se partem e deixam a nu pontas salientes, de tudo um pouco,
neste mercado multitudinário, em que a segurança tem, sob múltiplas formas, de
se reforçar.
Segurança nas iguarias das Festividades,
segurança portas adentro para evitar os acidentes domésticos, segurança nas
vias, segurança na circulação para que o negro das faixas de rodagem se não
mescle do sangue inocente de tantos…
Que a segurança se afirme em todas as
suas vertentes. E as crianças ocupem a preocupação cimeira!
É que…
CRIANÇA evoca sempre a Esperança
Num rasgo de promissor futuro
E tem de se fundar na SEGURANÇA
Num espaço que nem sempre é seguro!
Neste Natal, pelo NATAL…
Doe uma dose de TEMPERANÇA!
Seja fecundo intérprete de mudança!
Proclame como vector primacial
O de uma consequente SEGURANÇA!