quarta-feira, 12 de julho de 2023

O consumidor quer-se ignorante: cumpra-se o desígnio!


Perfará dentro em pouco 42 anos que a primitiva Lei de Defesa do Consumidor veio a lume no jornal oficial. Quando é certo que a 25 de Abril de 1974 estava agendada, na então Assembleia Nacional, a aprovação de um texto que tivera como relatores, na Câmara Corporativa, os procuradores Maria de Lurdes Pintassilgo e Diogo Freitas do Amaral.

Na Lei de 22 de Agosto de 1981, há expressa referência aos meios de comunicação detidos pelo Estado, como segue:

“Artigo 8.º

(Direito à formação)

1 - O Governo adoptará medidas tendentes a assegurar a formação permanente do consumidor.

2 - Os programas escolares da RTP e da RDP devem incluir matérias relacionadas com a defesa do consumidor.”

Já na lei actual, que completará 27 anos a 31 de Julho em curso, a referência é mais dilatada, a saber

“Artigo 7.º

Direito à informação em geral

2 - O serviço público de rádio e de televisão deve reservar espaços, em termos que a lei definirá, para a promoção dos interesses e direitos do consumidor.”

Vinte e sete anos volvidos, jamais houve, com feição institucional, programas nos canais da televisão. Excepção a algo, ainda nos anos 70, com a assinatura de Pitacas Antunes e, mais tarde, nos anos 90, com uma intervenção regular nossa por deferência do presidente do Conselho da Administração da RTP, o bastonário Coelho Ribeiro, com peculiar sensibilidade para o tema do direito ao direito, o do acesso à informação jurídica, e que anuiu a uma proposta nossa, nos anos em fôramos, no dizer do civilista Manuel Januário da Costa Gomes, “a causa dos direitos do consumidor”.

Não houve, jamais houve o cumprimento deste mandamento que emerge da Lei de 1996.

Recente estudo encomendado pela Direcção-Geral do Consumidor, eivado de efabulações, pretende oferecer um quadro de um cidadão informado, conhecedor dos seus direitos. É algo patentemente falso, como o reconhece o comum dos mortais…

Repare-se nestas percentagens dadas como boas:

69,5% dos Consumidores Portugueses declaram-se conhecedores das leis de Defesa do Consumidor, subindo esta proporção para 73,5% no escalão etário "46-64", sendo o mais "conhecedor" dos seus direitos.

Ainda assim, 39,9% dos Consumidores declara estar pouco familiarizado com as leis que os defendem.

Já 30,2% dos Consumidores indica não estar, de todo, familiarizado, justificando-o por "Falta de interesse", "Falta de informação" e "Ainda não teve necessidade de recorrer".

"Conhecedores" das leis de defesa do Consumidor entre Empresas sobe, face a Consumidores, para 89,0%.

Sem ignorar que, como p regista o estudo, “no capítulo da literacia do consumidor sobre os seus direitos, quer as Entidades Reguladoras, quer as Associações de Consumidores e as Empresariais, entendem que o nível de literacia dos consumidores é baixo…”

Os consumidores pagam directa e indirectamente os serviços públicos da Rádio e Televisão de Portugal: directamente pela contribuição do audiovisual, nas facturas da energia; indirectamente pelas compensações indemnizatórias que saem do Orçamento do Estado.

E nem assim têm, de modo institucional, programas de informação com enfoque nos seus direitos, cada vez mais complexos, em espaços como dos da RDP e RTP, ora reagrupadas numa só empresa.

Como foi possível que, a despeito das nossas contínuas e sistemáticas advertências, o descaso houvesse imperado de tal forma que – 27 anos volvidos – nada haja sido feito para que programas regulares houvesse no serviço público que levassem a informação para o consumo aos cidadãos?

Será pela circunstância de a Administração Pública acreditar nos dados destes estudos encomendados, em que se “amarra o burro à feição do dono”?

Que responda quem souber!

 

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Portugal

Compras: Portugueses são os que mais valorizam o preço face à qualidadeA conclusão é de um estudo do Observador do Consumo Low-cost 2023, realizado pelo Cetelem.

 A conclusão é de um estudo do Observador do Consumo Low-cost 2023, realizado pelo Cetelem. 

Os portugueses (76%) são os que mais valorizam o preço face à qualidade quando compram produtos e serviços. A conclusão é de um estudo do Observador do Consumo Low-cost 2023, realizado pelo Cetelem. 

"O estudo aponta ainda os polacos (74%), eslovacos (69%) e húngaros (69%) como os que consideram o preço o fator mais importante dos produtos ou serviços. Já entre os suecos e franceses verifica-se um maior equilíbrio entre preço (52%) e qualidade (55%)", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso. 

Relativamente às motivações, "35% dos consumidores portugueses dizem consumir produtos de baixo custo porque apresentam uma boa qualidade em relação ao preço praticado, correspondendo assim às suas expetativas".

E mais: "11% referem também que esta alternativa não apresenta diferenças significativas em comparação com os produtos e serviços tradicionais, pelo que no seu entender não existe a necessidade de pagar mais".

Desafio da adequada informação na rotulagem de alimentos integrais

 

Os debates sobre alimentação nutricionalmente equilibrada têm se tornado cada vez mais presentes na sociedade contemporânea, o que tem impulsionado muitos consumidores a buscarem alimentos integrais pelos benefícios à saúde. 

 No entanto, a falta de regras claras para o uso do termo "integral" resultava em imprecisões e incoerências na rotulagem[1], levando a uma percepção equivocada sobre muitos alimentos que assim se autodenominavam, mesmo quando sua lista de ingredientes mostrava uma quantidade menor de elementos integrais em comparação aos refinados. Isso ocorria devido à ausência de regulamentação por parte do poder público.

Diante da necessidade de estipulação de parâmetros e critérios para o setor regulado a fim de se afastar as distorções existentes no mercado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 712 de 2022[2]. Essa nova regulamentação teve como objetivo definir requisitos de composição e rotulagem dos alimentos contendo cereais e pseudocereais para sua classificação como integrais[3] Ler mais.

O consumidor quer-se ignorante: cumpra-se o desígnio!

 


Perfará dentro em pouco 42 anos que a primitiva Lei de Defesa do Consumidor veio a lume no jornal oficial.

Quando é certo que a 25 de Abril de 1974 estava agendada, na então Assembleia Nacional, a aprovação de um texto que tivera como relatores, na Câmara Corporativa, os procuradores Maria de Lurdes Pintassilgo e Diogo Freitas do Amaral.

Na Lei de 22 de Agosto de 1981, há expressa referência aos meios de comunicação detidos pelo Estado, como segue:

“Artigo 8.º

(Direito à formação)

1 - O Governo adoptará medidas tendentes a assegurar a formação permanente do consumidor.

2 - Os programas escolares da RTP e da RDP devem incluir matérias relacionadas com a defesa do consumidor. Ler mais

Grupo de trabalho quer cheques dentista emitidos na Linha Saúde 24

 


O grupo trabalho para o relançamento do programa de saúde oral no SNS sugere que os cheques dentista sejam emitidos na Linha Saúde 24 e que a emissão seja alargada a outros médicos que não apenas os de família.

No relatório “SNS Saúde Oral 2.0”, a que a Lusa teve acesso, o grupo de peritos prevê ainda que seja possível a referenciação direta para consulta de medicina dentária por enfermeiros, higienistas orais, médicos de saúde pública, ou médicos hospitalares responsáveis pela gestão e acompanhamento de utentes elegíveis, além dos médicos de medicina geral e familiar.

Para facilitar o acesso aos cuidados de saúde oral, os peritos recomendam que a emissão de cheques dentista seja alargada a todos os profissionais de saúde envolvidos na gestão da saúde oral das populações no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O objetivo, admitem, é “superar os 75% de taxa do uso dos cheques dentista”. Aliás, a pouca utilização dos cheques dentista em anos anteriores levou à criação de um grupo de trabalho para estudar a subutilização e reformular o programa. Ler mais

 

Natalidade volta a crescer em Portugal. Houve mais 2405 testes do pezinho

 

Nasceram cerca de 42 mil bebés nos primeiros seis meses de 2023. Lisboa e Porto são as cidades onde se registaram mais nascimentos.

Os números da natalidade em Portugal estão a crescer. Os dados são do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge que garante que nos primeiros seis meses do presente ano foram realizados mais 2405 testes do pezinho, em comparação com o mesmo período do ano passado.

No total terão nascido 41802 crianças até junho, o que garante uma subida de 6% em relação a 2022 e 11% face a 2021, ano em que se verificou uma quebra na natalidade e o país ficou abaixo dos 80 mil nascimentos. Ler mais

 

ChatGT é um risco? As tecnológicas que já bloquearam a IA

 
Algumas empresas encaram a ferramenta de Inteligência Artificial como um risco de segurança.

Ferramentas de Inteligência Artificial (IA) como é o caso do ChatGPT da OpenAI têm um grande potencial para mudar a forma como trabalhamos, afigurando-se até como um ponto de viragem no mercado de trabalho.

Todavia, nem todas as empresas encaram este tipo de ferramentas da mesma forma. Na verdade, algumas tecnológicas colocam o ChatGPT como uma ameaça de segurança e decidiram até bloquear a ferramenta de IA.

Na galeria acima pode ficar a saber as empresas tecnológicas que decidiram bloquear o acesso dos trabalhadores ao ChatGPT.

 

Lula sanciona lei que proíbe uso de celular nas escolas em todo o país

  A nova norma estabelece restrições ao uso de celulares e outros dispositivos móveis em todas as áreas da escola, abrangendo aulas, inter...