quarta-feira, 10 de maio de 2023

‘Pérolas a porcos’…


Em tom meio grave, no termo de recente conferência, alguém se acerca, vituperando:

 “já não há quem o queira ouvir, os consumidores estão cansados dessa ‘lenga-lenga’ que para nada serve; mude de vida, que com isso ‘não diverte nem converte ninguém’ ”… “e é tudo em pura perda, são ‘perolas a porcos’!“

Por um instante, a reacção exigível, que se pretenderia pronta, não surgiu. Um breve hiato para recuperar o fôlego e objectar:

“ se cada um fizer o que lhe compete…”.

“Recorda-se da lenda do colibri, do beija-flor, que quando indagado das razões por que pretendia à viva força, com a gotícula de água que transportava no seu minúsculo  bico, num vai-e-vem constante, apagar o gigantesco fogo que lavrara na  floresta amazónica, se limitou a articular: “eu faço a minha parte”? “Pois é essa a nossa postura”!

Com efeito, nesta sociedade desestruturada (em que o Estado é o eterno omisso na formação e informação do consumidor), desenvolver uma qualquer actividade “estimulada por sentimentos que não por vencimentos”, em defesa de um Ideal, pode, na realidade, confundir-se com algo de desprezível, de utópico, sem préstimo porque sem palco nem público…

São, com efeito, mais de 40 anos de actividade, na Academia como nos mais meios. Com os desconcertos susceptíveis de ocorrer.

Foi a 23 de Abril de 1981 que o Semanário ’Tempo’, de Nuno Rocha, acolheu um consultório jurídico nosso que levaria o Direito a Todos, como se pretendia. Com forte animadversão da Ordem dos Advogados para a qual a informação jurídica à população seria monopólio seu e, em consequência, nos instaurou um processo disciplinar. Contra o que se insurgiram, aliás, prestigiosos nomes como os de Eduardo Correia, Carlos Mota Pinto, Francisco Pereira Coelho, insignes Mestres de Direito da Escola de Coimbra.

Não menos grave foi a perseguição movida em razão da ousadia da preparação, em Agosto de 1986, do I Congresso Internacional Das Condições Gerais dos Contratos, sob a égide da Comissão Europeia de Jacques Delors, que acolhera com louvor a iniciativa que a Coimbra traria, em 1988, 750 congressistas das sete partidas do globo…

Comemora-se, aliás, agora o 35.º aniversario desse memorável evento (de 18 a 21 de Maio de 1988): o honroso patrocínio do Presidente da República e do Reitor Honorário da Universidade de Coimbra, António de Arruda Ferrer Correia, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian;  e a feroz oposição da Reitoria de Rui de Alarcão e dos Conselhos Directivo e Científico de Direito, capitaneados por Orlando de Carvalho e Rogério Soares.

Congresso que teve o suporte dos estudantes de Direito (notável o secretariado que se constituiu e pedia meças a qualquer empresa promotora de eventos)  e da Associação Académica, sob a presidência da indefectível Ana Paula Barros.

Com personalidades como o saudoso conselheiro Neves Ribeiro, figura grada do Ministério da Justiça, e Manuel Lopes Porto, professor da Faculdade de Direito, como aliados, na Comissão Executiva, ousando desafiar os seus pares, perfilando-se ao lado de quem se dispusera a assumir a iniciativa, como autêntica pedrada no charco…

E o que de benéfico, em consequência, daí adveio: a pedra angular da AIDC, a sociedade científica internacional de Direito do Consumo e, na sua esteira, da antena nacional, a apDC, ora na iminência de completar 34 anos.

E tratava-se de um candente tema que mister seria “pôr em agenda”: o dos contratos de adesão, os das letras miudinhas que geravam e geram abundantes cláusulas abusivas…

E o afã com que a partir de então se adentrou a formação e a informação do consumidor, designadamente na Televisão Pública, pela mão de Coelho Ribeiro, antigo Bastonário da Ordem dos Advogados e seu presidente do Conselho de Administração. E, mais tarde, numa centena de rádios e em centena e meia de jornais.

Se todo este pecúlio foi, ao longo de mais de quatro décadas, este permanente lançar de “pérolas a porcos”, é porque o País, quantas vezes padrasto para iniciativas de real valia, como as que viram a luz do dia, mas pródigo no esbanjamento dos dinheiros de todos, de todo se desmerece.

Mais de 40 anos de informação ao consumidor pode ser missão desgastante… mas algo terá ficado e não poderá ser havido, de nenhum modo, como se de ‘pérolas a porcos’ se tratasse, na expressão chocarreira e aviltante de um interlocutor de ocasião!

Neste quase inglório fechar de página, que o julgue quem quiser, com mais isenção do que o real interlocutor que nos afrontou no termo de mais uma acção de formação/informação, no fecho de uma conferência… em Lisboa, a capital de um Império de que nada resta, afinal, senão os deserdados da fortuna ante as nascentes e fáceis fortunas que vão medrando pelas ínvias veredas da corrupção…

 

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Portugal

 

Lufthansa: Tribunal da UE anula ajuda estatal alemã de 6 mil milhões de euros aprovada por Bruxelas

 
O Tribunal Geral da União Europeia (UE), primeira instância, anulou hoje a decisão da Comissão Europeia que aprovou uma ajuda estatal de seis mil milhões de euros da Alemanha para recapitalização da Lufthansa durante a pandemia de covid-19.

“O Tribunal Geral anula a decisão da Comissão que aprovou a recapitalização da Lufthansa levada a cabo pela Alemanha, no montante de seis mil milhões de euros, no contexto da pandemia de covid-19”, informa aquela instância, num comunicado hoje divulgado.

De acordo com a informação enviada à imprensa, o Tribunal Geral defende neste acórdão que “a Comissão cometeu vários erros, nomeadamente quando considerou que não era possível à Lufthansa encontrar financiamento nos mercados para cobrir todas as suas necessidades”. Ler mais

 

Impresa Escrita - 10-5-2023





 

Elon Musk: "Não podemos confiar no WhatsApp"

 

O líder do Twitter reagiu a um erro encontrado na app de mensagens.

O líder da Tesla, da SpaceX e do Twitter, Elon Musk, fez uma publicação onde diz que “não podemos confiar no WhatsApp”. O ‘tweet’ foi publicado em reação à descoberta de um erro na app de mensagens, onde o microfone é ativado sem o telemóvel estar a ser utilizado.

O erro em questão foi descoberto por um engenheiro do Twitter, Foad Dabiri. “O WhatsApp tem usado o microfone no fundo do telemóvel, enquanto dormia e desde que acordei às 06h00”, pode ler-se na mensagem de Dabiri, que partilha uma fotografia a provar a existência deste erro. Ler mais

 

FMI sugere taxar mais o imobiliário e quer menos bens essenciais com IVA reduzido

 

Missão anual a Portugal diz que fim dos vistos gold não trava preços das casas e mostrou preocupação com os bancos, por estarem expostos a um eventual choque imobiliário.

Os impostos sobre o imobiliário têm margem para aumentar, o IVA reduzido (6%) deve abranger menos produtos e não é de esperar que o fim do regime dos vistos gold afete o preço das casas em Portugal, diz a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), na nova avaliação anual ao país (Artigo IV).

No sumário do estudo, ontem divulgado (terça-feira, 9 de maio), a equipa do FMI, liderada pela economista Rupa Duttagupta, que esteve em Portugal durante o auge da crise política (de 26 de abril a 5 de maio), "recomenda ao governo a adoção de medidas que aumentem as receitas numa base sustentável e que melhore a composição e a eficiência das despesas". Ler mais

Novos concursos não agradam a sindicatos médicos. "Questão de fundo está a ser maquilhada", dizem

 

Há uma semana o Ministério da Saúde anunciou a abertura de 1180 vagas para fixar médicos especialistas nas áreas hospitalares, Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública. Mas as estruturas que representam a classe são perentórias: "Abrir vagas é positivo, mas não chega". E acusam a tutela de "não estar a fazer o que deve ser feito". Enquanto isso as escalas de urgência ficam piores do que há um ano, dizem.

 No dia 28 de abril, um despacho conjunto dos ministérios da Saúde e das Finanças formalizava um concurso de 1186 vagas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para contratar médicos especialistas para os hospitais, Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública. Uma semana antes tinha sido anunciado também que 1500 médicos tinham passado no exame da especialidade. O ministério classificou esta medida, abertura de 1186 vagas, como um passo importante na reorganização do SNS, mas os sindicatos da classe discordam e dizem que não é bem assim. Ler mais

Governo quer proibir venda de tabaco em máquinas e restringir fumo ao ar livre

 
Proposta de lei traz uma série de alterações à lei, mais restritivas. "Basicamente deixa de haver locais onde seja possível fumar", à exceção de alguns espaços, para ter uma geração livre de tabaco até 2040

 A venda de tabaco em máquinas automáticas vai ser proibida em 2025 e ainda este ano será interdito fumar nos espaços ao ar livre junto de edifícios públicos como escolas, faculdades ou hospitais, segundo uma proposta de lei.

Caso a proposta de lei do Governo seja aprovada pela Assembleia da República, deixa de ser possível a venda de tabaco direta ou através de máquinas de venda automática em locais como restaurantes, bares, salas e recintos de espetáculo, casinos, bingos, salas de jogos, feiras, exposições. Ler mais

CONFERÊNCIA “DA COMPRA E VENDA DE CONSUMO: das bagatelas às coisas que valem ouro

  Viseu 21 de Fevereiro de 2025 17.30   CONFERENCISTA: Prof. Mário Frota   Sabia que a garantia de coisa móvel recondicionada é ...