terça-feira, 14 de março de 2023

ANTE A ESPIRAL DE PREÇOS ESPECULATIVOS, BRAÇOS CRUZADOS EM PORTUGAL


Nos primeiros dias de Janeiro, e na sequência de anteriores tomadas de posição a propósito de tema tão candente, escrevêramos para uma mancheia de jornais um artigo que circulou também como NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL.

 Para além de alguns dos jornais a que oferecemos colaboração regular, decerto com escassa expressão, nenhum dos órgãos de invulgar grandeza o acolheu.

 E o que escrevemos então, como o havíamos feito antes?

 Algo que mantém uma actualidade instante.

 Só agora, nos seus quotidianos comentários ao dia-a-dia dos portugueses, o Chefe de Estado se pronunciou, porém, de forma equívoca.

Fala-se em especulação de forma leviana sem que se esclareça quem quer que os preços são de livre estabelecimento em um sistema de economia de mercado em que a concorrência se instale.

Diferentemente, o que decorre da cobrança em valor superior ao que conste de rótulos, letreiros, listas. Aí, sim, aí há especulação.

E o Regulador do Mercado em geral não tem nem atribuições nem competências para fiscalizar a estrutura de preços das empresas porque os preços não são tabelados.

O Governo e demais autoridades com poderes de intervenham têm andado a dormir na forma.

A contenção dos preços em situação anómala deveria ter sido decretada quando se detectaram os primeiros indícios de que os preços dispararam desmesuradamente…

 

Eis o que se registara então:

 

O IVA a zeros em Espanha

Contempla o essencial

Co’ a nossa forma tacanha

Não vingava em Portugal

 

 O Governo gere a actual situação como se a Europa não estivesse em guerra e o mercado funcionasse regularmente, em termos ideais,  em concorrência perfeita.

Já aquando da eclosão da pandemia, o Governo reagiu tarde e a más horas a fim de sustar o açambarcamento e a especulação que se registavam em extensão e profundidade em todas as fileiras do mercado.

Os produtos atingiram preços excessivos, mormente no segmento dos de higiene e saúde (álcool gel, produtos gelificantes, instrumentos outros) e dos equipamentos de protecção individual.

Importa não ignorar que um oxímetro, instrumento de medida do oxigénio no sangue, cujo preço antes orçava os 4, 50 €, passou a custar 70, 80, 90 €.

Em Coimbra e alhures, as farmácias vendiam-nos, segundo registos em nosso poder, a 77,70 €, corria o ano de 2021.

Os preços dos géneros alimentícios atingem hoje montantes incomportáveis.

E os valores que aparecem à luz do dia nos media, fornecidos por uma empresa que se  diz operar no mercado de consumo, nem sempre se têm por fidedignos… Mas o Governo permanece mudo e quedo à subida em espiral dos preços sem que se abalance a pronunciar-se, em gesto sumamente reprovável.

O Governo não pode ignorar a escalada de preços que se regista desde que há já cerca de um ano a guerra eclodiu na Ucrânia.

Em vez de se propor cobrar das grandes insígnias da distribuição alimentar os tais lucros caídos dos céus, o Governo  deveria, em nosso entender, como temos vindo a sustentar:

1.º -  Definir um cabaz de produtos essenciais tendo em vista um padrão médio de subsistência de todos e cada um;

2.º - Estabelecer um regime de preços máximos, nos comércios grossista e retalhista, tal como fez para os produtos de higiene, saúde e equipamentos de protecção individual (15% + 15% do preço base), restrito aos géneros constantes do cabaz essencial;

3.º - Deixar cair o propósito de taxar os lucros excessivos por inutilidade superveniente;

4.º A situação manter-se-ia enquanto a guerra durasse e se registassem perturbações na grande distribuição .

Não se ignore que o Estado beneficia, a um duplo título, da situação ocorrente, ou seja, dela tira proveito a dobrar, como a ninguém parece escapar: os impostos que cobra sobre os produtos cada vez mais caros e os que passará de forma extraordinária a cobrar, a título de “lucros excessivos”, mediante fórmula que aprovou num dos últimos Conselho de Ministros. E em que considerou não só os lucros emergentes da electricidade como dos combustíveis, como ainda os arrecadados pelas mega-empresas da fileira alimentar.

É deplorável o que se está a passar. E o facto revela quão distante está o Governo de uma política que minore os efeitos gravosos de uma situação irremediável que carece de medidas de fundo e atinge inapelavelmente os consumidores. No actual estado de coisas, o Governo parece “assobiar para o lado”. E o Presidente, de declaração em declaração, parece incentivar a que se avolume o aprovisionamento dos depósitos do Banco Alimentar Contra a Fome… à custa de quantos se vêem já com “a borda debaixo de água”, como se a solidariedade entre pobres fosse a solução quando o Estado enche os cofres em razão do sucessivo agravamento dos preços no consumidor.

A Espanha eliminou o IVA de alguns dos produtos essenciais como forma de minorar os efeitos catastróficos das subidas de preços.

Em Portugal, tal nunca daria resultado, como se viu, aliás, com a redução no IVA na restauração, em que os preços, em vez de baixarem, subiram… nestas contradições em que são hábeis determinadas castas de empresários no espaço degradado que habitamos.

E constitui crime de lesa-consumidores o permitir-se que os preços, em situação de crise manifesta, como é a que segue seu curso, subam vertiginosamente quando se não aplica, para situações excepcionais, qualquer medida de contenção, como as que preconizamos e o Governo tem à mão, mas teimosamente não adopta.

Aliás, o Estado tira duplamente vantagem da situação: arrecada mais receitas de impostos sobre os produtos essenciais ante a escalada que se regista e prepara-se para lançar um imposto extraordinário sobre os tais lucros “caídos do céu”, como a água em abundância que daí vem jorrando depois da seca extrema por que passaram determinadas regiões do país.

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Portugal

Imprensa Escrita - 14-3-2023






 

Diário de 14-3-2023

 


a República n.º 52/2023, Série I de 2023-03-14

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS, INFRAESTRUTURAS E COESÃO TERRITORIAL

Aprova as especificações técnicas da informação a carregar pelas empresas que oferecem redes públicas de comunicações eletrónicas

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Segunda alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 28/2012/M, de 25 de outubro, que aprova normas para a proteção dos cidadãos e medidas para a redução da oferta de «drogas legais»

DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

 


Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.

 Valerá a pena insistir?

 Já nem consumidores somos:

 

E com tanta gente branda

Canga ao pescoço e viseira

Submissa à propaganda…

Só cidadãos de terceira

 

E cidadãos de terceira

Sem intrépida reacção

São em si fraca bandeira

Prós orgulhos da Nação!

 

 A apDC – Direito do Consumo -, de Portugal, promove  a 15 de Março do ano em curso as celebrações do DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR, com umas jornadas internacionais, em Leiria, subordinadas ao tema:

“A EUROPA DOS CONSUMIDORES: A NOVA AGENDA EM MARCHA”

Para além do programa próprio do evento, outros se perfilam em que dirigentes e antigos dirigentes da apDC foram convidados a participar.

Eis uma mera resenha dos eventos programados:

14 de Março de 2023

22.00 horas (Lisboa)

Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo / Rio Grande do Sul (Brasil)

Prof. Mário Frota: “A Obsolescência Programada na Perspectiva dos ODS

15 de Março de 2023

14.00 – Politécnico de Leiria (Escola Superior de Tecnologia e Gestão)

Prof. Mário Frota: “A Reconfiguração da Acção Colectiva Europeia: das pretensões meramente inibitórias às ressarcitórias

14.30 – Prof.ª Susana Almeida: O  ‘Empoderamento’ dos Consumidores na Transição Ecológica”: os lineamentos da directiva”

15.00  - Prof.ª Rute Couto:  “O reforço dos direitos do consumidor em ambiente digital:  a Directiva Omnibus

17.30Coimbra Business School (Bencanta / Coimbra)

Prof. Mário Frota: “Os Direitos do Consumidor pelas Ruas da Amargura”

22.30PROCON – Departamento de Protecção do Consumidor de Jataí – Goiás (Brasil)

Prof. Mário Frota: “O Consumo Sustentável. Imperativo de Cidadania”

 

16 de Março de 2023

10.00 horas – INADEC – Luanda (Angola) (a confirmar)

Prof. Mário Frota: “Práticas Comerciais Desleais. O pão-nosso de cada dia”

 

17 de Março de 2023

09.30 – Câmara Municipal de Tomar (CIAC)

Prof. Mário Frota: “Com ‘papas e bolos…’: os antídotos às práticas comerciais desleais”

Dr.ª Ângela Frota: “Serviços Públicos Essenciais: Serviços Vitais”

 

Eis, pois, o contributo da apDC para as celebrações que se avizinham.







 

Fim de carros a combustão. Alemanha faz reunião e Portugal está incluído

 Portugal esteve entre os oito Estados membros que participaram.

Alemanha continuou esta segunda-feira a somar apoios à sua oposição à proibição da venda, a partir de 2035, de veículos novos com motor de combustão na União Europeia (UE).

Portugal esteve esta segunda-feira entre os oito Estados membros que participaram em uma cimeira, em Estrasburgo, na França, promovida pela República Checa.

Na reunião estiveram fisicamente ministros de Itália, Alemanha, Polónia e República Checa e, por videoconferência, representantes de Hungria, Roménia, Eslováquia e Portugal, segundo fonte do Ministério dos Transportes italiano. Ler mais

 

Gasóleo baixou como previsto? Eis o que aconteceu - e quais são os preços

 
Os preços dos combustíveis registaram comportamentos distintos no início desta semana. 

Esta semana começou com más notícias para os condutores portugueses com carro a gasolina, mas com boas para quem tem carro a gasóleo.

O gasóleo simples desceu de 1,565 €/litro no domingo para 1,552 €/litro na segunda-feira, o que significa uma redução de 1,3 cêntimos

Já a gasolina simples 95 aumentou de 1,680 €/litro para 1,688 €/litro, o que significa um acréscimo de pouco mais de meio cêntimo no mesmo período temporal.

As previsões, refira-se, apontavam para uma descida de 3,5 cêntimos por litro no caso do gasóleo e para um aumento de 0,5 cêntimos no caso da gasolina, adiantou fonte do setor ao Notícias ao Minuto. Ler mais

 

France to regulate social media influencers

 

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Euroheat & Power Congress 2023 – 22/24 May 2023, Turin

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Mais de 13% dos lisboetas enfrentam níveis de ruído do tráfego rodoviário acima do permitido

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