quarta-feira, 15 de maio de 2024

Jovens portugueses entre 25 e 34 anos são os que menos confiam nas notícias

Os jovens portugueses entre os 25 e 34 anos são os que menos confiam nas notícias, enquanto em Espanha as idades variam entre 18 e 24 anos, segundo o relatório do Observatório Ibérico de Media Digitais (Iberifier) hoje divulgado.

“Em ambos os países, a confiança nos media e na ideia do jornalismo e das notícias como solução para os fenómenos de desinformação é consideravelmente menos difundida entre as gerações mais jovens, nomeadamente entre os 18 e os 24 anos”, lê-se no relatório “Padrões de consumo de desinformação em Portugal e Espanha”, elaborado pelo Iberifier.

“Os comportamentos negativos em torno das notícias, como o evitar ativo de notícias e a perda de interesse, são mais prevalecentes não só entre os mais jovens, mas em particular entre os mais pobres e os menos instruídos, um aspeto que acreditamos ter particular impacto no potencial crescimento da polarização em ambos os países”, de acordo com o documento. Ler mais

 

“Se a Fidelidade não é fiel a nada nem a ninguém…”


Ou “A Litigância Estratégica contra a Participação Pública”

De certa feita, um humilde cidadão da Invicta, com o carro escrupulosamente estacionado, colado à parede  de casa, foi despertado por um enorme estrondo. O panorama que se lhe deparou era simplesmente desolador: um autocarro dos SMTCP, com uma manobra mal calculada, abalroou-lhe  o veículo de transporte pessoal, deixando-o num “oito”!

O motorista logo dera a saber que se accionaria o seguro contra terceiros da Fidelidade (Grupo Caixa Geral de Depósitos).

O cidadão lesado aguardou pacientemente. As diligências tardavam.

Dos Serviços remeteram-no, sem mais, para a Fidelidade.

As exigências da Seguradora subiam de tom. Responsabilidades sistematicamente denegadas. O lesado simplesmente ignorado.

O renegado munícipe do Porto dirigira-se-nos, dada a notoriedade de uma rubrica que mantínhamos num dos  programas da manhã da RTP.

Recordámos ao presidente da Fidelidade os termos da lei e os acumulados prejuízos que o munícipe lesado vinha computando. Ele que nem sequer interviera no acidente. Em vão!

Recordámos-lhe ainda que incorria em prática desleal grave, amiúde ignorada, enquanto ilícito de mera ordenação social:

“Obrigar o consumidor, que pretenda solicitar indemnização ao abrigo de uma apólice de seguro, a apresentar documentos que, de acordo com os critérios de razoabilidade, não possam ser considerados relevantes para estabelecer a validade do pedido, ou deixar sistematicamente sem resposta a correspondência pertinente, com o objectivo de dissuadir o consumidor do exercício dos seus direitos contratuais.”

Em vão!

Perante o protelar da situação e a postura jactante, sobranceira (porque de empresa do sector empresarial do Estado se tratava com um estatuto aureolado de privilégios), entendemos escrever um artigo n’ O Comércio do Porto”, com um título gritante:

“A Fidelidade não é fiel a nada nem a ninguém: a quem é fiel, afinal, a Fidelidade?”

E contámos a história.

“Caiu o Carmo e a Trindade”!

Pois sua excelência o presidente da Fidelidade amofinou-se e para mostrar a força que decorria da posição de senhorio económico que a empresa detinha, entendeu mover-nos um processo-crime por “ofensa a pessoa colectiva com difamação ou injúria” com o óbvio intuito de nos atemorizar e de limitar o exercício da liberdade de expressão.

As empresas, na órbita do Estado ou na esfera privada, não podem dar-se ao luxo de “fazer o mal e a caramunha”, obrigando a que todos se verguem ao seu poderio e silenciando razões e protesto.

Pois esta acção andou alguns anos pelos sítios escaninhos da justiça, obrigando-nos a despesas, suportadas individualmente, com sucessivas deslocações ao DCIAP, a Lisboa, e a constituição de advogado, a abertura de instrução contraditória e o que tal representara…

O Ministério Público, por evidente miopia do procurador adjunto, em contraste com uma abertura de vistas, que noutros processos – movidos sempre por análogas razões – se registara, entendeu acompanhar a acusação particular deduzida pela Fidelidade.

O temor que situações do jaez destas geram, o desacompanhamento de quem se consagra a uma causa pública e se move desinteressadamente em favor dos seus concidadãos, deixa sempre uma amarga sensação de perda, de isolamento, de solidão…

Ora a recente Directiva, correntemente denominada anti-SLAPP, visa proteger, entre outros, os defensores de direitos humanos contra quem, pelo recurso aos tribunais, tende a amendrontá-los e, o que é mais, a silenciá-los, obrigando-os a encargos que em geral não estão ao seu alcance.

A Directiva Anti-SLAPP é um acto legislativo da União Europeia que visa, pois, proteger as pessoas que se pronunciam sobre questões de interesse público contra acções judiciais abusivas destinadas a fazê-las calar. SLAPP é a sigla para “Strategic Lawsuits Against Public Participation” (Acções Judiciais Estratégicas Contra a Participação Pública).

Esperamos, na esteira do que reclama a Frente Cívica, que o Parlamento (ou o Governo), consoante o caso, não tarde em legislar em reforço do direito à liberdade de expressão para que os detentores do poder económico ou político não possam agir a seu bel talante e contra o que na ”salus publica” entronca e no mais legítimo direito à liberdade de expressão.

Que não tarde a transposição da directiva!

 

Mário Frota

presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO - Coimbra

Imprensa Escrita - 15--5-2024






 

Contribuintes com incapacidades físicas estão a ser notificados pelo Fisco para entregarem novamente comprovativo

 Milhares de contribuintes com incapacidades estão a ser notificados pelas Finanças para nova entrega do comprovativo médico de grau de deficiência, denuncia a Frente Comum, independentemente deste já ter sido previamente comunicado à Autoridade Tributária

Milhares de contribuintes com incapacidades físicas estão a ser notificados pela Autoridade Tributária (AT) para procederem à entrega do comprovativo médico junto das Finanças, denunciou a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública em comunicado desta terça-feira, 14 de maio.

Segundo a federação de sindicatos da Função Pública, “milhares de cidadãos com deficiência física relevante, devidamente comprovada pelos Serviços Locais de Finanças e confirmada nos dados cadastrais da AT foram notificados indevidamente (…) de que a sua declaração mod. 3 de IRS relativa a 2023 foi considerada divergente e que se devem dirigir aos serviços para apresentar o atestado multiusos comprovativo da sua situação de deficiência". Ler mais

Raspa de bagre, pó de carvão, produto-milagre, que composição!

 


Os produtos milagrosos

Com publicidade de sobra

Não se têm por prodigiosos

É tudo banha da cobra!

 

O Código de Publicidade, na versão introduzida em 1998, proibia a publicidade a  produtos e serviços milagrosos.

E considera-se como tal, a que, explorando a ignorância, o medo, a crença ou a superstição dos destinatários, apresente quaisquer bens, produtos, objectos, aparelhos, materiais, substâncias, métodos ou serviços como tendo efeitos específicos automáticos ou garantidos na saúde, bem-estar, sorte ou felicidade dos consumidores ou de terceiros, nomeadamente por permitirem prevenir, diagnosticar, curar ou tratar doenças ou dores, proporcionar vantagens de ordem profissional, económica ou social, bem como alterar as características físicas ou a aparência das pessoas, sem uma objectiva comprovação científica das propriedades, características ou efeitos propagandeados ou sugeridos.

O ónus da comprovação científica do produto ou serviço recaía, como seria elementar, sobre o anunciante. Ler mais

Inteligência artificial e danos ao consumidor

 É crescente o emprego da IA em produtos e serviços no mercado de consumo

29/09/2016. Crédito: Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Leonardo Roscoe Bessa, candidato a procurador do Distrito Federal. - (crédito: Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press)

É crescente o emprego da inteligência artificial (IA) em produtos e serviços no mercado de consumo. Entre tantos exemplos: carros que se orientam automaticamente no trânsito; rotas de percursos efetivos e mais céleres (como os do aplicativo Waze ou Google Maps) são utilizadas de forma rotineira; serviços bancários são aperfeiçoados (e mesmo criados); controle inteligente de eletrodomésticos. Ler mais 

ACP quer apoio direto de até 6.000 euros para abate de veículos em fim de vida

  O Automóvel Club de Portugal (ACP) propôs ao Governo três medidas que considera urgentes, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, com...