ORAÇÃO DE
ABERTURA
a cargo de
Mário Frota,
seu
mandatário nacional
Senhoras e Senhores
Distintos Conferencistas
Salve!
Aos que se propuseram aceder ao
convite que se lhes dirigiu, uma palavra de apreço e de homenagem.
De apreço porque se revelam
despertos, na estonteante massificação dos fenómenos sociais, para iniciativas
do jaez das que nos movem na imersão de modelos que se têm, quantas vezes, por
menos úteis aos Homens e Mulheres e para a comunidade circum-envolvente.
De homenagem porque em sociedade
acrítica e ignominiosamente manipulável por interesses que se insinuam por
formas menos ortodoxas, desfrutam de uma capacidade singular e crítica que se
manifesta, quanto mais não seja, pelo intuito de ouvir, de filtrar, de impugnar,
contraditando e concluir.
Em Paulo de Morais, uma voz a
ecoar entre nós, como um toque a rebate em tempos de Cidadania comprometida e
que arregimenta na Frente Cívica um dos últimos esteios de resistência ao
amorfismo, ao acriticismo e à anestesia reinante, saúdo, afinal, quantos nos
honram com a sua presença e conferem ao acto de lançamento da DENÁRIA PORTUGAL a
relevância que se lhe reconhece.
Especial aceno às autoridades que
se dispuseram a marcar presença: da Direcção-Geral do Consumidor, cuja figura
primeira se acha ausente do País, à Autoridade Reguladora do Mercado em Geral, a
ASAE.
Saúdo ainda quantos se propuseram
integrar os painéis e acompanhar-nos na Jornada que ora nos congrega, do Banco
de Portugal ao Banco Alimentar contra a Fome, da União Distrital das IPSS à apDC
– Direito do Consumo / Portugal, da Confederação do Comércio de Portugal, à
Associação Nacional de Freguesias e à Associação das Marcas de Retalho e
Restauração.
Especial alusão aos moderadores
em que repousa, afinal, a condução dos trabalhos que se pretende singular e
marcante.
À Confederação do Comércio e
Indústria Portuguesa, que nos acolhe nas suas vetustas instalações e ao seu
preclaro presidente, Dr. Rui Miguel Nabeiro, o patente reconhecimento e o enlace
de propósitos que no acto se reflecte.
Constitui para nós suma
distinção, o outorgar-se-nos a missão de mandatário de uma instituição que surge
em momento em que se intensificam as medidas para a exclusão das notas em papel
e das moedas metálicas, em circulação, do giro comercial.
E o facto revela-se-nos de uma
crueza desumanizante: um cidadão sem acesso a meios de pagamento digitais que se
acerque de um estabelecimento de padaria para adquirir dois papo-secos vê-lhe
negado o acesso ao pão, alimento essencial, por não ser detentor de uma tarjeta
de crédito e ou débito.
E este facto surreal ocorre
quotidianamente nesta que fora outrora a Capital de um invejável Império.
A simples recusa de um nota ou de
moedas metálicas berra na paisagem do sistema e constitui uma afronta a direitos
elementares.
E, no entanto, aí está a impor se
cerrem fileiras em homenagem a elementares princípios e a direitos inalienáveis.
É, ademais, uma forma de
exclusão, de ignóbil discriminação que um qualquer bonus pater famílias,
um cidadão comum, afinal, se recusaria a admitir.
A Denária Portugal surge, como
emanação da sociedade civil, em momento delicado em que se pretende que a
transição da denominada sociedade analógica para a sociedade digital ocorra de
modo acelerado com eliminação de todos os traços do passado e uma legião de
deserdados da fortuna a engrossar as hostes dos excluídos.
E o escopo que se lhe imprime é o
de assegurar, prima facie, que a moeda com curso legal subsista pelos
relevantes e indescartáveis interesses que nela convergem.
Nada de tão elementar, nada de
mais desafiante: Ler mais