segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

“Há pessoas que, no dia em que recebem a reforma, podem gastar metade do dinheiro para o mês todo” em raspadinhas

A afirmação pertence a Raúl Melo, especialista que integra o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). O psicólogo clínico explica ainda, em entrevista ao Expresso, que os jogos sociais, como a raspadinha, “oferecem a ideia de milagre”. Os problemas de saúde mental provocados pelo confinamento também podem contribuir para que as raspadinhas se tornem um vício.

Quando sabemos que estamos perante um caso de dependência?

Um comportamento aditivo e uma dependência são duas coisas diferentes. O comportamento aditivo tem por base uma compulsão, normalmente associada à experiência de prazer e que é relativamente comum. Todos nós temos comportamentos aditivos — quer seja o tabaco, o café ou o chocolate. Dão prazer e, por vezes, damos connosco a sentir a necessidade de os ter. Na maioria das situações, conseguimos controlar-nos. O lado complicado é quando a vontade de ter esses comportamentos que pontualmente podem ser mais intensos, em determinada altura, deixam de ser coisas reguladas e passam a impor-se na nossa vida. Percebemos que estamos a ficar numa situação de dependência quando a nossa vida é alterada para termos aquele comportamento.

 Expresso

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Isto é o Povo a Falar

Ouvir