terça-feira, 2 de maio de 2023

Regular a Inteligência Artificial na UE: as propostas do Parlamento

 


Os eurodeputados querem que a futura legislação da UE sobre inteligência artificial promova a inovação, garanta a segurança e proteja os direitos humanos.

A inteligência artificial (IA) constitui uma parte importante da transformação digital da nossa sociedade. É difícil imaginar a vida sem o uso da IA em bens e serviços, sendo que estão previstas outras mudanças nas áreas de emprego, negócios, finanças, saúde, segurança, agricultura, e não só. A IA também é crucial para o Pacto Ecológico Europeu e a recuperação face à COVID-19.

A União Europeia (UE) está a preparar o seu primeiro conjunto de regras para gerir as oportunidades e os desafios da IA, centrando-se no aumento da confiança em relação à IA, incluindo a gestão do impacto potencial da IA nos indivíduos, na sociedade e na economia e criando simultaneamente um ambiente no qual os investigadores europeus, os responsáveis pelo desenvolvimento e as empresas possam prosperar.

A Comissão pretende aumentar o investimento público e privado em tecnologias de IA para 20 mil milhões de euros por ano. Ler mais

 

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Rádio Valor Local - 2-5-2023

  

Ouvir mais 

Ler mais

Pediatras europeus preocupados com falta de medicamentos para crianças

 Durante o Inverno, a Europa viu aumentar a escassez do principal antibiótico amoxicilina e de outros medicamentos, pois o surgimento de doenças, principalmente entre as crianças, aumentou a demanda pelos medicamentos.

ediatras de países europeus alertaram este sábado para a escassez de medicamentos para crianças, incluindo antibióticos e de tratamento de asma, alertando que isso coloca em risco a saúde.

Numa carta dirigida aos ministros da Saúde e a que a AFP teve acesso, os médicos sublinham que é "urgente encontrar uma solução rápida, fiável e duradoura" para os problemas dos stocks na Europa. "A saúde das nossas crianças e jovens está em perigo devido à falta de medicamentos em toda a Europa", escreveram. Ler mais

 

Três toneladas de carne imprópria apreendidas em Macedo de Cavaleiros

 

A ASAE encerrou um estabelecimento industrial de produtos de origem animal no distrito de Bragança. Foram apreendidos mais de três mil quilos de produtos "impróprios para consumo humano" avaliados em mais de 38 mil euros.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, nas últimas semanas, através de uma Brigada da Unidade Operacional de Mirandela, uma operação de fiscalização direcionada a um estabelecimento industrial no distrito de Bragança, dá conta uma nota de imprensa divulgada este sábado. O JN apurou que a unidade em causa se situa no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Nesta ação de fiscalização, a ASAE apreendeu 3.325,00 Kg de diversos produtos de origem animal, por se encontrarem "anormais avariados e por falta de rastreabilidade e de requisitos". Todos os produtos foram considerados "não seguros e impróprios para consumo humano". Ler mais

"Putrefação". ASAE suspende fábrica e apreende 3,3 toneladas de enchidos

 

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu a atividade de uma fábrica de enchidos no distrito de Bragança e apreendeu 3,3 toneladas de produtos considerados impróprios para consumo, avançou hoje o órgão de polícia criminal.

Segundo o comunicado enviado às redações, a operação foi desenvolvida pela Brigada da Unidade Operacional de Mirandela e inseriu-se no "combate a ilícitos criminais contra a saúde pública e para verificação do cumprimento das condições de armazenagem e manipulação de géneros alimentícios", com a posterior perícia da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a concluir pela destruição dos bens apreendidos.

"Foi determinada a destruição integral dos produtos apreendidos, através do encaminhamento para a Unidade de Transformação de Subprodutos legalmente aprovada, por terem sido considerados anormais avariados, com falta de rastreabilidade e de requisitos, e pelo facto de apresentarem grandes quantidades de bolores, desidratação, coloração anormal, presença cristais de gelo na sua superfície, rancificação e sinais de putrefação", lê-se na nota divulgada. Ler mais

 

Conferência Ação Coletiva Europeia | Ação conjunta entre OSAE e apDC

 


OSAE (Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução) em conjunto com a apDC (Associação Portuguesa de Direito do Consumo) vão dinamizar uma conferência sobre a Ação Coletiva Europeia. A receção, às 14h30, será realizada por Paulo Teixeira, Bastonário da OSAE e o encerramento, às 16h30, por Francisco Serra Loureiro, Diretor do IFBM.  Ler mais

A AGENDA EUROPEIA DO CONSUMIDOR: O CONFRONTO COM A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A vertiginosa evolução  da Inteligência Artificial (IA) transformará deveras a vida de cada um e todos:

§  os cuidados de saúde (a saber, um diagnóstico mais preciso,  a fim de permitir uma mais adequada prevenção de doenças),

§  o incremento dos índices de eficiência da agricultura,

§  a contribuição para mitigar e para uma mais adequada  adaptação às alterações climáticas,

§  a melhoria da eficiência dos sistemas de produção através da manutenção preditiva

§  o acréscimo da segurança dos europeus e ainda

§  “de muitas outras formas que só agora podemos começar a imaginar”.

Em simultaneidade, “a inteligência artificial (IA) comporta uma série de riscos potenciais, tais como a opacidade do processo de tomada de decisões, a discriminação com base no género ou outros tipos de discriminação, a intrusão na nossa vida privada ou a utilização maliciosa para fins criminosos.”

A Inteligência Artificial vem penetrando, como já o experimentamos, com particular intensidade, vastos domínios da vida corrente:

Cuidados de saúde mais proficientes, electrodomésticos mais consistentes e menos atreitos a avarias, sistemas de transporte mais seguros e menos poluentes, serviços públicos mais eficientes, eis o que dela emerge em benefício dos cidadãos;

Uma nova geração de produtos e serviços em domínios em que a Europa pontifica (máquinas, transportes, cibersegurança, agricultura, economia verde e circular, cuidados de saúde e sectores de elevado valor acrescentado, como moda e turismo)., eis o que se perfila em nome do  desenvolvimento das empresas.

A inerente redução de custos (transportes, educação, energia e gestão de resíduos), a optimização da sustentabilidade dos produtos e a outorga dos instrumentos necessários à garantia da tutela dos cidadãos às autoridades competentes, com salvaguardas adequadas de molde a respeitar os seus direitos e liberdades, eis o que avulta com acrescidas vantagens para os serviços de interesse geral.

A Europa, como decorre do Livro Branco,  produz mais de um quarto dos robôs de

          serviço industrial e profissional (para agricultura de precisão, segurança, saúde, logística…)

          e desempenha importante papel no desenvolvimento e utilização de aplicações de software para empresas e organizações (aplicações empresa a empresa, como o planeamento de recursos empresariais, software de desenho industrial e engenharia), bem como aplicações como suporte da

          administração pública em linha e  «empresas inteligentes».

O volume de dados produzidos no mundo regista um célere e assinalável incremento, devendo superar os 33 zetabytes em 2018 para 175 zetabytes em 2025 (1 zetabyte é igual a cerca de mil e cem milhões de gigabytes).

E o que daí advém reclama cautelas especiais no que tange à protecção dos direitos fundamentais  e aos direitos do consumidor em particular

Já a Agenda Europeia do Consumidor, cujo programa se destina a vigorar no período de 2021-2025, previne o que segue:

“Embora a inteligência artificial (IA) possa trazer benefícios, algumas utilizações da IA podem violar os direitos dos consumidores e causar-lhes significativos danos.

Na sequência do seu Livro Branco sobre a IA e do relatório de acompanhamento sobre a responsabilidade e a segurança das novas tecnologias, a Comissão está a trabalhar:

 numa proposta destinada a garantir um elevado nível de protecção dos interesses dos consumidores e dos direitos fundamentais, e a criar, por seu turno, a confiança necessária para a aceitação da IA pela sociedade;

 no que respeita à responsabilidade civil, em medidas que visam garantir que as vítimas de danos causados pelas aplicações da IA têm, na prática, o mesmo nível de protecção que as vítimas de danos causados por outros produtos ou serviços.

O avanço das novas tecnologias e a globalização da produção e do comércio retalhista, nomeadamente através de canais em linha, levantam a questão de saber se as atuais regras de segurança dos produtos são suficientes para lidar com a evolução actual e proteger adequadamente os consumidores.

A Comissão Europeia está actualmente a trabalhar numa série de iniciativas relativas à segurança das novas tecnologias, tais como:

 a revisão da Directiva Máquinas;

 a adopção de actos delegados ao abrigo da Directiva Equipamentos de Rádio; e

 A Directiva Segurança Geral dos Produtos, que estabelece o quadro jurídico para a segurança dos produtos de consumo não alimentares, foi aprovada quando os produtos com IA e os dispositivos conectados eram raros, situação que se alterou profunda, substancialmente.

O facto é que uma tal evolução põe em causa a actual definição de produtos e introduz novos riscos ou altera a forma como os riscos existentes se podem concretizar, o que deve ser analisado e tido em devida conta.

O crescimento das vendas em linha (online) também coloca novos desafios, uma vez que as autoridades nem sempre dispõem de instrumentos suficientemente eficazes para a fiscalização dos mercados em linha.

Além disso, o comércio electrónico permite que os consumidores comprem directamente aos operadores estabelecidos fora da UE, o que dificulta a verificação da segurança dos produtos que entram no Mercado Interno (Mercado Único).

A proposta de revisão da Directiva Segurança Geral dos Produtos, em curso de apreciação, deverá dar uma resposta consistente a estes desafios crescentes.”

Oxalá estes propósitos se concretizem e a eficácia na sua aplicação assegure deveras adequada protecção face aos perigos e riscos que se prevêem e a outros que se acham já instalados, como se não ignora.

 

Mário Frota

Presidente emérito da apDCDIREITO DO CONSUMO – Portugal

 

Fontes:

 Livro Branco da Inteligência Artificial

Nova Agenda do Consumidor Europeu

Isto é o Povo a Falar

Ouvir